sábado, 25 de dezembro de 2010

Morro do Estado é ruim de invadir! – Metacomunicação às claras

O morro do alemão virou a menina dos olhos da mídia e do Estado. Claro, depois da invasão BOPEana, precedida pelas UPP’s (unidades do poder paralelo?). Quando os jornalistas falam do morro do Alemão, só faltam chorar. A metacomunicação é tocante: “olhem só, gente, o que fizemos! Levamos a demo cracia e a liberdade para os pobres do morro do Alemão, gente que não vai nos dar NADA em troca, fizemos TUDO por pura benevolência...” 

Em tempo: o papai Noel foi lá, distribuir quinquilharias (um menino ganhou uma sinuca de 10x10cm e a reportem perguntou se ele tinha gostado: “hu-hum” mas a postura dele indicava um “queria um Playstation”). Sentado no baú do caminhão do exército, sendo ajudado por soldados mau-encarados que lhe repassavam brinquedos aleatoriamente, com a barba “por colar”, a metalinguagem indicava claramente a sub-mensagem. Papai Noel não existe. O que existe é o exército. E a mídia.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Hay que salir del comodísmo?!

Mais um sobre consumismo... só um adendo.






´´CONSU-MISMO COCHE
CONSU-MISMO SUELDO
CONSU-MISMO TECHO
CONSU-MISMO VESTUARIO
CONSU-MISMO PAR DE ZAPATOS
Y SOLO SI DIOS QUIERE...
CONSU-MISMO TRABAJO...

 ¡ ¡ ¡NO NOS PODEMOS QUEJAR VERDAD!!!

ARRIBA EL CONSU-MISMO
 ¡PORQUE NO HAY DE OTRA!
 ¡Buenos días y buena suerte!´´

[texto tirado da Revista Mujer Publica número 3 ]

Parece bastante pertinente essa relação entre o consumismo e o comodismo. Se para a minha geração (dos que estão entre os 20 e 30 anos) o capEtalismo (hahahhaha) já aparece como inexorável, fico imaginando para essa nova geração fast-food, crescendo com um senso de obsolecêscia planejada muito mais gritante e abusivo. Eles estão fast-fudidos (ou se fast-fudendo) e achando que tudo é uma grande festa. Só não sei se se percebe que nesse tipo de sociedade a pessoa se torna contraditóriamente  imprescindivel (realizando o consumo) e descartável. Uma cidadania e uma liberdade que não passam de escolha da marca do produto...


 Escolhemos a nossa marca preferida (preferida hoje, porque amanhã pode ser que a outra marca faça uma propaganda melhor ou mude a embalagem), pensando que assim expressamos nossa personalidade/individualidade.

Por que grudar um lambe pode ser crime, enquanto encher uma rua de out-doors, banners, folders (e mais um monte de outros termos em inglês), letreiros de todos os tipos (de poluição visual) são considerados normais?
Podemos ocupar os espaços públicos (seja manifestando opiniões sem usar os meios de comunicação em massa, seja mudando as maneiras como nos relacionamos com o meio). Isso também é uma forma de se contrapor ao consumismo.
Ao invés de shoppings, por que não ir a uma praça? Ao invés de ir ao cinema (que provavelmente é num shopping), por que não uma mostra de filmes gratuita, uma exibição de filmes ao ar livre, um sarau ...?
Ao invés de relações superficiais com as pessoas com quem convivemos, por que não sentar para conversar?

E ai estamos: indo ao mercado de carro (que é a três quadras da nossa casa), com todos os nossos aparelhos portáteis, ouvindo músicas de três minutos que falam sobre ´´amor´´ (porque a gente vai namorar, casar e ter filhos né?!).
 Nasce, cresce, reproduz, envelhece e morre.
Todas essas coisas envolvem dinheiro. Do contrato com o hospital, passando pelos presentes de datas comemorativas, até o caixão e o cemitério, tudo tem que ser pago. E as formas de aquisição de renda passam por divisões sociais do trabalho que são tão discrepantes quanto naturalizadas.

Podemos buscar atitudes não-pecuniárias? Dinheiro é um instrumento/ferramenta ou é um sujeito? Nem tudo tem que envolver dinheiro (e querem nos convencer que tem). 


  

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Os dilemas de um ser superior...



Caso não consiga ler tudo, clique na imagem que ela abrirá um link um pouco mais ampliado, ou apenas de Zoom na página!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sobre a traição

Irã suspende morte por apedrejamento após onda de críticas, diz embaixada

O Irã parece ter voltado atrás nesta sexta-feira na decisão de apedrejar até a morte uma mulher de 43 anos condenada por adultério, em um caso que mobilizou a opinião pública internacional. O advogado de Sakineh Mohammadi Ashtiani, no entanto, disse que ela ainda pode ser executada por outro método.
"Segundo a informação das autoridades judiciais competentes no Irã, [a condenada] não será executada por apedrejamento", informou a embaixada do Irã no Reino Unido, em comunicado divulgado na noite de quinta-feira e publicado na íntegra hoje pelo jornal britânico "The Times".

O texto não diz em nenhum momento que a pena de morte foi revogada. O advogado de Ashtiani, Mohammad Mostafavi, disse que sua cliente "continua na prisão" e que não foi informada de nenhuma decisão das autoridades iranianas de suspender a sentença.

"Não diz se a pena foi anulada, se foi trocada por outra, se será solta ou se haverá um novo julgamento", disse o advogado.

O mundo se mobilizou para a libertação da iraniana condenada a morte por apedrejamento no Irã, uma coisa positva, mas, a mobilização ocorreu A) porque a pena de morte é algo escroto; B) porque a pena de morte por apedrejamento é muito cruel, devendo ser substituida por outra C) adultério não é um crime grave.

A) Gostaria muito que o mundo se mobilizasse contra algo tão tenso como a pena de morte, mas infelizmente, dos países envolvidos nas críticas à condenação da Iraniana, muitos deles, como (alguns Estados d) os EUA, praticam este absurdo.

B) A morte por apedrejamento realmente é um tanto quanto cruel, e deve causar horríveis minutos finais de vida. No entanto, o resultado final é a morte. Se a luta desses países e grupos for apenas pela suavização da causa mortis não consigo entender o que se passa na cabeça de tanta gente para se mobilizar durante meses por um resultado final de alguns minutos. A mulher terminará morta de qualquer maneira (ao que tudo indica).

C) Agora, se toda essa pressão internacional for pela "ocidentalização" do Irã, para que esse, como nós, passem a considerar o adultério como uma coisa corriqueira, aí sim, a palhaçada chegaria ao extremo.
A traição, em todos os sentidos, é o pior crime que um ser vivo pode submeter outro. Seja ela a traição entre parentes, amigos ou cônjuges.
Ao pararmos para analizar friamente o que é a traição, percebemos que ela não poderia ser cometida por nenhum outro animal, apenas pelo mais escroto entre eles, o homem.
Julio César, no momento de sua morte, não se surpreende pelo fato de estar sendo assassinado, a dor da traição lhe é mais forte que a dor de sua morte iminente.
"Até tu Brutus?"
E como este, podemos buscar outros "n" exemplos.

Muitas espécies de mamiferos, como cachorros, elefantes, ratos e homens, são seres sociais, preferem a vida em bando. Na vida em bando, os animais de um determinado grupo fechado realizam suas atividades de maneira conjunta e por um bem coletivo, seja essa atividade a caça, a proteção ou a migração. Os animais acabam confrontando outros grupos de mesma espécie, acabam também ocorrendo confrontos pela liderança dos grupos e isso faz parte do código de ética destes animais. Dentro desses grupos, os mais dificeis de se entender são os formados por homens, pois, alguns homens, criam determinados acordos, estabelecem níveis de confiança com outros homens e justamente quando estes outros homens estão mais vulneráveis são enganados pelos primeiros. O que há de errado com nossa espécie? Será que uma porcentagem de nós está fadado ao apodrecimento de algum instinto natural?

O adultério e todos os tipos de traição, na minha humilde opinião, são um sinal de apodrecimento, não moral, mas do instinto. Hoje, não somos obrigados a participar de grupos, não somos obrigados a ser amigos de alguém, não somos obrigados a namorar, noivar ou casar com alguém e não somos nem obrigados a mantermos nossos laços familiares se não quisermos. No entanto, existem pessoas que criam laços de amizades com o fim de "tirar vantagem" a partir da confiança e fragilização do outro; existem pessoas que juram fidelidade (algo desnecessário já que há a possibilidade de relacionamento aberto) e fingem uma relação monogamica quando na verdade ludibriam seu cônjuge; existem pessoas ainda que se mantem unidas à familia para receber divisões na herança.

Essas pessoas ainda podem ser chamadas de animais?

Acredito que não.

Retomando o fio da meada...

Acredito que a pena de morte não deve ser aplicada em nenhum caso e, por isso, sou contra a aplicação desta à iraniana. No entanto, o adultério, como qualquer tipo de traição, é um crime horrível, pois é um crime praticado sempre contra alguém fragilizado, pois, traição só existe quando há quebra de confiança, e quem confia jamais espera ser traído. A traição dói, marca a alma do traido a ferro e é capaz de alterar os valores deste indivíduo. Pena que ela seja tão difundida com as ideologias liberais.

E agora? Junto-me ao movimento pela libertação da iraniana, sabendo que ele na verdade mais se assemelha a alternativa C, coisa que sou definitivamente contra, por ser a causa final a mesma da A?
A dúvida me consome

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

DA AMAZÔNIA PARA SEU PRATO?




A Terra Indígena Marãiwatsédé está localizada na Amazônia Legal, entre os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, em Mato Grosso. No idioma Xavante, Marãiwatsédé significa mato fechado, mata perigosa.


"Mata Fechada?" - não mais... "Mata Perigosa?" - Pra quem?
Sabe-se que a intensa criação de gados e produção de soja na Amazônia (para alimentar o gado) são uma constante na Amazônia. A relação entre pecuária, soja e destruição da floresta tem acarretado numa profunda transformação no modo de vida da população nativa, obrigada a sair de seu lugar de origem para ceder lugar ao boi (que também é objeto de exploração nesta história). Expulsos de suas terras por interesse de latifundiários, que fizeram da terra mercadoria, afinal o que importa é lucro, não?


A pecuária toma conta da área e é responsável por 45% do desmatamento e entrega aos supermercados e aos consumidores uma carne muito saborosa. Com sabor de ilegalidade. Com sabor de morte. Fazendeiros conseguem liminar da Justiça garantindo a permanência em terra indígena... enquanto isso o desmatamento vai rolando. Nas poucas áreas que conseguiram recuperar, os xavantes encontram problemas com os fazendeiros, com os famosos grileiros e madeireiros. Isso, por apenas 40 anos... Mas afinal, o que são 40 anos? 40 anos de luta, de persistência contra uma injustiça que é silenciada pela voz da mídia. Silenciada por nós mesmos a cada passadinha no supermercado e levarmos aquela irresistível bisteca que mal sabemos de onde vem...


O que mais falta? Abertura de bancos verdes na Amazônia pra financiamento de ocas?

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CONSUMISMO... (nossos cérebros) pensando sobre.

Tudo bem galera?
 
Lendo o artigo anterior, pensando na parada da exibição dos vídeos durante a época do Natal, o fato de "Jesus sangrar presentes", os comentários do Buriti, da Monique e da ZAZ no post anterior me fizeram voltar a um velho fantasma, o consumismo.


O consumismo é o que alimenta, e é o que mantém a fome. Alimenta o capitalismo, nossa sede de consumo, a ganância de "parecer", de "galgar" - mesmo que sejam crânios de desconhecidos (menos mal pois se fossem próximos, humanos/animais de estimação seria bem difícil!). Mantém a fome de milhares de pessoas, não só aquelas que sofrem da fome "crônica" como os pobres subnutridos, comendo junkie food, enlatados, sódio e açúcar, comida de péssima qualidade, para poder pagar a tv de plasma. Aliás, acostumam-se mesmo depois de pagar, continuam comendo - comida É comida (ou pasto).

Outros meios de vida? Existem, sim. Existem ações contra o consumismo. Mas não conheço nenhuma que não passe por uma mudança moral. Claro, você pode imitar seus amigos e diminuir drasticamente o consumo - mas você não aguentará olhar para um sapato na vitrine, um churrasco entre amigos, ou aquela beleza de carro novo que saiu agora (o mesmo do ano 2000), sucumbirá porque não é você. Só é uma mudança moral quando há autonomia de buscar a resposta. Não é ir "meramente" contra o capitalismo, é ENTENDER o por quê suas ações devem ser pensadas e repensadas.

Suas ações influenciam as pessoas à sua volta. E não falo entre aqueles que são seus amigos, pois muitos daqueles que supostamente não gostam de você podem avaliar sua postura como algo "extra-ordinário". lembro-me de um cara na facul a quem eu me opunha em todas as idéias. No entanto, ele se levantava nas assembléias e dava sua opinião, ao ponto de ser vaiado. Por mais que eu não gostasse das idéias dele, tinha que admitir: coragem de expor suas idéias não é para qualquer um (que não queira). E isso mostra como mesmo pessoas que não gostamos podem nos influenciar, e vice-versa. Ensinamos melhor quando somos a lição.

 

Quando se toma uma posição, que parte de você, na qual você desceu âncora, é difícil te tirar dali. As pessoas podem ter argumentos fortíssimos, mas os seus sempre serão maiores e melhores, pois respondem às suas necessidades morais.




O que eu quero dizer com tudo isso tudo: nossas ações influenciam as pessoas a nossa volta. Antes delas, influenciam a nossa própria vida e nos faz repensar HÁBITOS. São nossos "hábitos" - ações que executamos sem reflexão da "origem" - que nos identificam enquanto atores sociais. O que fazemos na faculdade? O que discutimos com nosso "melhor" amigo? O que pensamos quando discutimos política com nossos pais? E sobre o consumismo: Para quê estou comprando isso? Por quê um celular novo? Seria saudável para mim consumir tanto refrigerante? Por quê eu preciso beber cerveja quando estou numa festa? Ela me faz "ter coragem"?? Eu realmente preciso de um pedaço de carne em todas as minhas refeições? Esse computador veio de onde? Será que eu não consigo costurar isso? Posso reutilizar essa embalagem! Eu consigo fazer um desse com um tutorial da internet me ensinando! Etc...

Existem várias maneiras de diminuir o consumo pessoal, existem muito motivos também. Vou colocar algumas idéias que talvez sejam conhecidas de vocês, mas que pode servir de exemplos para passarmos adiante.

Boicote: Essa é uma estratégia geralmente individual. O boicote (no caso do consumismo) está
Frase clássica nesse tipo de boicote
associado principalmente a motivações políticas contra a indústria produtora, sua marca e/ou sua origem. Um exemplo é o boicote de produtos da Coca-Cola ou McDonald's por serem símbolos dos EUA (considerado por muitos, como Noam Chomsky, um Império). No entanto, o boicote não é muito efetivo quando isolado, sua força reside na divulgação maciça de "motivos para adesão" e da formação de grandes grupos de não-consumo e de anti-propaganda. Um erro comum é substituir um produto por outro da mesma origem, como as pessoas que "boicotam" a coca-cola por serem contra os EUA, mas consomem Fanta, ou ainda Pepsi. Não é a mesma coisa de quem boicota a coca-cola por acreditar que a coca-cola faça pior uso da propaganda que os outros refrigerantes, nao importa de onde saiam.

Freeganismo: é um estilo de vida considerado extremo pela sociedade, pois vai de encontro à grande maioria dos valores ocidentais como o consumo, a não-reciclagem, o trabalho como valor, contra o dinheiro, etc. Os freegans se propõem à não participar do sistema desprodutivo capitalista: evitam ao máximo o processo de compra e venda por dinheiro. Utilizam da solidariedade de grupos, transformam canteiros, terrenos baldios e praças em hortas livres, fazem mergulhos em lixeiras (tanto no sentido explícito do termo quanto na busca por produtos desperdiçados por redes de varejo), utilizam transporte com mínimo impacto poluente, como bikes, skates, ou caronas coletivas, trocam, e doam coisas, evitam a acumulação de apetrechos desnecessários, usam do Do It Yourself como modo de viver, e principalmente recusam ao máximo qualquer tipo de exploração de seres senscientes, o que certamente recai em veganismo. É drástico, mas causa alto impacto nas pessoas que convivem com esses indivíduos - mas dificilmente afeta pessoas de um círculo médio em diante: a tendência social é tratar essas pessoas como mendigas, apesar de terem optado politicamente por esse meio de vida, através da discordância. Segue um vídeo, mas o som não está muito bom:


Consumo local: Existem pessoas que não consomem nada que seja produzido em lugares que ela não possa visitar e ter controle pessoal (vistoria) da produção. Cada um estipula o limite de distância dos produtos que pode consumir, que em média está em 50km. O objetivo é claro: fortalecer uma economia local, entre pequenos produtores que prezem por qualidade dos produtos. Geralmente acabam construindo uma pequena horta de emergência no fundo do quintal e usando bricolagem/DIY para efetuar as pequenas obras necessárias. Li sobre eles numa revista há um tempo atrás. Era a experiência de um cara que tentava se tornar um desses. Falhou fragorosamente porquê não tinha prática em horticultura, e problemas com uma tempestade foderam atrapalharam seu projeto. Se alguém souber o nome específico desse modus vivendi, avise!

Produção própria: aquele que quer se tornar um pequeno produtor para consumo próprio
geralmente percebe, com o desenvolvimento de sua horta pessoal, a abundância que seu esforço promove. E aquele produtor que está justamente tentando ir contra o sistema costuma incentivar vizinhos e amigos a também fazerem hortas para que haja trocas, ou descanso da terra ao longo dos tempos. Há, nesse caso, tendência à economia solidária, que além de transformar o consumo em algo mais consciente através do entendimento do processo produtivo, também reduz o uso do dinheiro na troca por comida "simples" - aquela que não depende de processos industriais para chegar à sua casa. Uma horta caseira dá um pouco de trabalho, é verdade, ainda mais para quem nunca experimentou. Mas o esforço é recompensador - nada como um alface plantado por você mesmo, ou um tomate fresco, colhido na hora! Clique aqui para conhecer um site que ensina a fazer hortas, e dá dicas para a manutenção delas.

Esses são alguns exemplos. Mas constantemente ouço falar de pessoas que recusam participar de "datas comemorativas" onde haja troca de presentes nos quais se gaste dinheiro e não criatividade ou tempo; pessoas que evitam o consumo de energia elétrica ao extremo; gente que colhe água de lavar roupas para lavar o chão; gente que não assiste televisão; gente que não consome nenhum produto que tenha utilizado propaganda televisiva; gente que adapta a economia do dom para o dia a dia...

Enfim. Finalizando esse longo post, penso que podemos influenciar as pessoas sim, com nossas atitudes. Antes delas, estejamos dispostos à nos movimentar, balançar nossas estruturas, nossos hábitos, e abrir mão de certas "facilidades" - que parte das vezes são meras acomodações. Esse é um dos propósitos do KRISIS, implícito no manifesto, o ato de criticar a si mesmo para encontrar aquilo que está presente em todos.

E aí, somos a mudança que queremos para o mundo?

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um vídeo MUITO interessante para entrar na pira. GARANTO que vão ser os 10 minutos mais bem aproveitados deste post...


e aí? louco? - e se todos os que estão aqui fora forem os loucos, os sãos estariam no hospício?

sábado, 11 de dezembro de 2010

Não ver o que não quer

E dia nove rolou passar três curtas na praça. Distribuímos alguns panfletos para chamar as pessoas que lá estavam para que vissem os vídeos, minimamente polêmicos, diga-se de passagem: Ilha das Flores, Causes e Dancem Macacos, Dancem!
Mas nos diga quem, quem irá parar para ver vídeos que criticam aquilo que elas foram (com tanta vontade e planejamento) fazer em pleno mês de NATAL? Foram para consumir e consumir é a palavra de ordem, mesmo que sejam aqueles trambolhos que jamais usarão e sabem disso, mas oras... Custava apenas "um e noventa e nove"! . -"Tão baratinho que eu não resisti, e daí se não vou usar?! Deixa lá naquele cantinho que depois eu jogo fora". Consumir é tão bom, gastar sem precisar. Só não se esqueçam que há custos para isso tudo (e você diz: -“Mas é óbvio que sim”) e eu lhe digo que não se tratam apenas de custos monetários trata-se dos custos das vidas (muitas vezes crianças exploradas e você mal sabe e se sabe...) que trabalham tantas horas para obterem um salário tão miserável que muitas vezes dá só para comer (e olhe lá!). Custos de materiais que, lembrem-se, vêm de algum lugar e esse lugar inicial chama-se NATUREZA. Tudo é extraído dela em forma bruta e volta para ela de modo totalmente alterado. Volta de modo que a corrompe e a destrói. Custo de vistas que de se perdem na busca de tais materiais em sua forma bruta para serem depois “refinados” e vendidos, vidas animais que desaparecem e ninguém nota sofrem e temem como humanos e então esses invadem seus locais naturais para usurpar aquilo que nem é necessário.
Necessidade: palavra distorcida atualmente. 
Você, sim VOCÊ “precisa” daquele carrão novo que foi lançado no mercado essa semana. Não tem dinheiro? Oras, empréstimos pra que te quero?! Hum? Talvez para fazer dívidas escabrosas só para dizer aos outros macacos :-“olhem, macacos, eu tenho o carro do ano e vocês não”. Essa falsa necessidade tem consumido a sociedade consumista. Quanto mais se tem mais se quer ter. Saiba: você não será aceito caso não se “vista bem” e não tenha bens de consumo assim tão necessários a sua sobrevivência, tão necessários que antes de eles existirem a humanidade era tão triste e mal funcionava, não é? Não conseguimos mais pensar em viver sem certos “brinquedinhos” como se fossem a extensão de nossos próprios corpos. Sempre dá “pra se virar” com aquilo que se tem não se deixe levar e não se engane, certos objetos são apenas bugigangas que você jamais usará.
Quanto aos vídeos...
Enquanto passávamos os vídeos esperávamos espectadores... poucos tímidos viam e saiam, sem ver, sem ouvir e sem entender. Poucos foram os que se interessaram, e que bom que  ainda há quem veja algo além de todo o "óbvio". E para os que não vêem estamos aí, tentando abrir os olhos de todos os alcançáveis.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Wikileaks - o que é, para quê(m) serve.


     Pessoal, muitos não conhecem a importância do WIKILEAKS, que neste momento está tendo grande difusão por causa tanto da divulgação de 250.000 documentos secretos que envolvem diretamente governos como o dos EUA, quanto pela prisão do redator-chefe do wikileaks, JULIAN ASSANGE. pois bem.

     Pensei em fazer um pequeno artigo sobre tudo isso, mas, encontrei um texto do próprio Assange que explica mto bem a missão do WIKILEAKS, e convido vocês a lerem alguns trechos:

 Cresci numa cidade rural de Queensland, onde as pessoas diziam o que lhes ia na alma de forma franca. Desconfiavam dum governo grande, como algo que pode ser corrompido se não for vigiado cuidadosamente. Os dias negros da corrupção no governo de Queensland, antes do inquérito Fitzgerald, são testemunho do que acontece quando os políticos amordaçam os meios de comunicação para não informarem a verdade.

Essas coisas calaram-me fundo. A WikiLeaks foi criada em torno desses valores centrais. A ideia, concebida na Austrália, era usar tecnologias Internet em novas formas de informar a verdade.

A WikiLeaks cunhou um novo tipo do jornalismo: o jornalismo científico. Trabalhamos com outros serviços informativos para trazer as notícias às pessoas, mas também para provar que é verdade. O jornalismo científico permite-nos ler uma história nas notícias, a seguir clicar online para ver o documento original em que é baseada. Dessa forma podemos ajuizar por nós mesmos: a história é verdadeira? O jornalista informou-nos com precisão?

As sociedades democráticas precisam de meios de comunicação fortes e a WikiLeaks é uma parte desses meios. Os meios de comunicação ajudam a que o governo se mantenha honesto. A WikiLeaks revelou algumas verdades difíceis sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão e sobre histórias incompletas da corrupção corporativa. [...]
Sempre que a WikiLeaks publica a verdade sobre abusos cometidos por agências dos Estados Unidos, os políticos australianos entoam um coro provavelmente falso com o Departamento de Estado: “Vai arriscar vidas! Segurança nacional! Vai pôr as tropas em perigo!” Depois dizem que não há nada importante no que a WikiLeaks publica. Não podem ser verdade ambas as coisas. Qual delas é?
Não é nenhuma. A WikiLeaks tem uma história de publicação com quatro anos. Durante esse tempo mudámos governos inteiros, mas nem uma pessoa, que se saiba, foi mal-tratada. Mas os EUA, com a conivência do governo australiano, mataram milhares só nestes últimos meses. [...]
Mas as nossas publicações estão longe de não ser importantes. Os telegramas diplomáticos dos Estados Unidos revelam alguns factos alarmantes:

– Os EUA pediram aos seus diplomatas que roubassem material humano pessoal e informação a funcionários da ONU e a grupos de direitos humanos, incluindo ADN, impressões digitais, exames de íris, números de cartão de crédito, senhas de Internet e fotos de identificação numa violação de tratados internacionais. Os diplomatas australianos da ONU presumivelmente podem ser visados também.

– O rei Abdullah da Arábia Saudita pediu que os representantes dos Estados Unidos na Jordânia e no Bahrain exigissem que o programa nuclear do Irão fosse detido por qualquer meio disponível.

– O inquérito britânico sobre o Iraque foi ajustado para proteger os “interesses dos Estados Unidos”.

– A Suécia é um membro encoberto da NATO e a partilha de informação de espionagem é escondida do parlamento.

– Os EUA estão a jogar duro para conseguir que outros países recebam detidos libertados da Baía Guantánamo. Barack Obama aceitou encontrar-se com o Presidente Esloveno apenas se a Eslovénia recebesse um preso. Ao nosso vizinho do Pacífico Kiribati foram oferecidos milhões de dólares para aceitar detidos.

Na sentença que se tornou um marco sobre o caso dos Documentos do Pentágono, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos disse que “só uma imprensa livre e sem restrições pode expor eficazmente as fraudes do governo”. A tempestade que gira hoje em volta da WikiLeaks reforça a necessidade de defender o direito de todos os meios de comunicação a revelar a verdade.

o texto integral se encontra nesse site, o qual estou colocando nos links relacionados: http://liberdadeparaassange.noblogs.org/ peço que divulguem o máximo possível.

Para aqueles que estiverem em SÃO PAULO, fica a dica:
Por favor, divulguem à exaustão!

domingo, 5 de dezembro de 2010

A coisa e o valor



Coisas podem ser descartadas, trocadas, compradas, vendidas, manipuladas.
Coisas que possuímos, desejamos, buscamos.
Coisas têm um valor ou não. Esse valor que lhe coube não tem um valor real, apenas valores impressos em notas de real.
Uma coisa não tem sentimento. Uma coisa não sofre, não sente. E se sofre, e se sente, pouco importa, afinal, é apenas uma coisa.
Coisas não são importantes.

...

Mas o que é coisa para um, para outro talvez não.
Existem coisas que não são coisas, mas foram coisificadas.
E quando falo de coisificação, não me vem à cabeça outro exemplo se não a própria vida. Humana ou não, a vida perde seu valor. E que valor? Do real impresso? Não. Esse é o valor do qual foi-se empregado. Mas esse não é o verdadeiro valor.
A carne no açougue, a prostituta na esquina, a mão de obra escrava, a mutilação em nome da beleza. Essa coisificação do ser. É essa e unicamente essa que têm valor. Mas esse tipo de valor a mim não se aplica. O valor que a mim se aplica é a descoisificação do ser.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Esses Argentinos...

Argentinos, heim...


Algo mas que palabras!

´´Consejos muchos, adoctrinamiento más, compromisos pocos


15/11/2010 - Víctor Corcoba
El mundo es una masa de consejos, de adoctrinamientos absurdos, una aglomeración de veredictos, que muchas veces se imponen por la fuerza, lo que contradice la libertad de juicio a la que todo ciudadano tiene derecho. Lo cierto es que, en cualquier esquina, te encuentras un consejero, casi siempre sectario, dispuesto a injertarte una lección sin que la solicites, aunque el injertador no haya sufrido lo que yo. Otra cuestión es contraer un compromiso con el aconsejado, vincularse con la persona, sobrevivir con el ser humano, poner en servicio nuestra lealtad a las especies y al planeta.

Gente comprometida con los valores de generosidad y entrega de sí mismo ya hay menos. Gobiernos realmente dispuestos a poner en práctica su compromiso de que el empleo, la protección social y el trabajo decente desempeñen un papel central en la recuperación mundial más allá de las palabras, también son minoría. Aconsejar está a la orden del día, comprometerse para convencer y vencer los obstáculos que los propios seres humanos nos ponemos unos a otros, es más difícil. Así como ser padre, ser madre, significa implicarse en educar, de igual modo ser ciudadano del mundo ha de significar involucrarse en favor de toda vida humana, provenga de donde provenga. La implicación es el mejor consejo.

Cuando todo el mundo aconseja la tolerancia como abecedario de unión entre culturas y pueblos, lo que en realidad hace falta es comprometerse uno primero con lo que se aconseja. La tolerancia por sí misma no es la religión salvavidas, ni entiende de adoctrinamientos, es el compromiso de la persona hacia los demás, con el mismo respeto que uno se tiene para sí. Hoy por hoy el mundo no es apto para todos, en parte porque esa masa de consejeros, más bien charlatanes de feria, predica sin ejemplo alguno. Complicado lo tienen estos guías a los que se les llena la boca de tolerancia para inculcarla, si luego, -como viene sucediendo-, jamás tienden una mano a aquellos que sufren de discriminación y marginación.

Si en verdad hubiese un compromiso permanente, la desnutrición que sufren los niños de Yemen y de otras partes del mundo en conflicto, dejaría de existir. Si en verdad hubiese un compromiso permanente por la paz, habría una actitud más activa en cuanto al reconocimiento de los derechos y el respeto a las libertades de los demás. Si en verdad hubiese un compromiso permanente por respetarnos unos a otros, se reconocería el derecho a definir nuestra propia identidad y a pertenecer a la religión o cultura que deseemos. Si en verdad, en suma, todo fuese más verdad florecerían todas las causas justas, y no haría falta recordar a los líderes de los Estados sus compromisos y obligaciones.

Con frecuencia los líderes de las naciones del mundo se reúnen en cumbres y lanzan lecciones al mundo, que después no se consideran o no son más que flor de un día. Se aconsejan unos a otros, pero al final, siempre falla lo mismo: el compromiso. De nada ha servido hacerlo público. Nunca el planeta ha necesitado de tantas personas comprometidas para avivar un orden más justo en un mundo global. El bien común sólo figura en las agendas políticas, de palabra, no de obra. El bien de todos y cada uno, porque todos somos verdaderamente responsables de todos, muchas veces queda en entredicho por la escasez de fuerza moral en la obligación. Cada vez se siente más la necesidad de despertar el deber humano de auxilio. Cueste lo que cueste, hay que levantar la voz ante las injusticias, colocarse al lado de los necesitados. Tras el cristal -como dijo el poeta- la rosa es siempre rosa, pero no se huele; el ser humano distante de sí y de los suyos, tampoco se oye. Sólo lo próximo nos duele. Y han de angustiarnos, aquellas palabras que no van seguidas de hechos, cuando el compromiso se queda en nada y la denuncia nos deja indiferentes. Yo prefiero un ciudadano inconformista antes que un cerdo satisfecho. La cultura es el logro de los valores, el compromiso con los valores, el despojo de sectarismos.

Echemos un vistazo a algunos de los principios que deben inspirar el compromiso humano a la luz de una ciudadanía globalizada. La propia vida requiere una llamada socializadora y solidarizadora. La protección a los débiles ha de ser la primera obligación de un mundo que se dice humanizado y, por ende, hermanado. Han de acrecentarse, pues, los compromisos antes que los consejos y nuestro desafío, el de cada ser humano, estará en sumarnos a difundir las promesas de esperanza para transformarlas en realidades. Sin duda, el compromiso de ser uno mismo ya es una respuesta valiente en un mundo sectario a más no poder. Desde luego, hacen falta muchos ciudadanos valerosos, templados en la acción y vivos en la opción, capaces de asumir un vínculo responsable en el seno de una sociedad en la que no cuenta la persona, sino el poder de la persona, donde la mundanal confusión aborrega y adoctrina, proveniente muchas veces de un extremismo sectario, revestido por la violencia política de unos consejeros sin escrúpulos.´´ 
 

O automóvel e as gerações.



Puxei do apocalipsemotorizado.net - blog muito fodástico.

CHAMADA PARA FRENTE DE AFINIDADE

chamada para frente de afinidade:
DANCEM MACACOS DANCEM!
 

Exibição do curta metragem dancem macacos dancem na praça do centro. 
Horário a definir (provavelmente a noite). 
Estamos convocando interessados em participar da ação. 
Ainda precisamos de um PROJETOR e de uma CAIXA DE SOM grande.
se tudo der certo, exibiremos novamente no domingo a noite. 
Possivelmente confeccionaremos panfletos.
Contatos pela comunidade galera, link ao lado.
Vamos fazer esse esforço galera.

Segue o vídeo para quem nao conhece.


Por favor só assine a ação QUEM REALMENTE FOR PARTICIPAR, seja responsável.

ABX a TODXS!!! FORÇA GALERA!