sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Quando é que foi que o trabalho escravo deixou de existir no Brasil?

Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão e sem querer, todo mundo acaba por descobrir que o capitalismo é uma prisão.

Dentre as funções do Ministério Público do Trabalho, podemos citar o combate ao trabalho escravo. Sendo essa uma de suas funções, podemos chegar a uma conclusão rápida e obvia... O trabalho escravo existe, não só na Tailândia, na Indonésia ou em outro país que você pode descobrir olhando para a etiqueta na língua do seu tênis (ou na do meu), ele existe no Brasil e INCLUSIVE em São Paulo.

Você pode confirmar esta informação clicando AQUI

Segundo o Ministério Público, são consideradas trabalho escravo  as situações em que "os obreiros são submetidos a trabalho forçado, servidão por dívidas, jornadas exaustiva ou condições degradantes de trabalho, como alojamento precário, água não potável, alimentação inadequada, desrespeito às normas de segurança e saúde do trabalho, falta de registro, maus tratos e violência."*

Na minha visão, somos todos nós, trabalhadores, submetidos ao trabalho escravo, em maior ou menor grau. Em maior grau são os que se vem forçados a continuar a trabalhar em condições deploráveis, pois, disso depende sua vida. E nós, em menor grau, pois, nos vemos forçados a continuar a trabalhar, pois, disso depende a vida a que consideramos indispensável.

Podemos combater a escravidão tentando pelo menos desescravizar a si mesmos. Tendo consciência de que quando compramos soja, estamos comprando trabalho escravo, quando compramos café, sustentamos essa prática, camisetas na promoção? Escravidão. E carvão então! 

Para nos libertar e libertar aos outros, não adianta substituir produtos, precisamos reduzir o consumo.

Preocupado com o Reveillon?


Caro leitor, este post é uma confissão. Uma confissão inútil, haja visto que dia a dia recebemos a comprovação do fato. No entanto, nem por isso ela é menos legítima. Enfim, sem mais palavras, irei me assumir: EU SOU UM OTÁRIO!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Uma singela homenagem

O clima de final de ano contagiou o coletivo Krisis! e, por isso, decidimos superar todas as diferenças e viver como se fossemos um. Nesta última semana do ano, a nossa homenagem a todos aqueles que se revoltam por "sustentar pobres pagando o Bolsa Família":



O 1964 nunca acabou!


No último dia 26 morreu mais uma vítima da Copa do Mundo de 2014. Uma criança de 14 anos foi executada por militares do exército que ainda ocupam a Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro. De acordo com os assassinos, a situação se deu em uma ocasião de resistência. No entanto, não foram apresentadas armas e elas nunca serão, assim como as justificativas - se é que há - para o saque às casas dos moradores também nunca serão dadas.

A despeito da imagem mítica que a mídia nacional tenta passar da ocupação (chamada, ironicamente, “pacificação”), essa é mais uma página execrável de nossa história: trata-se da consolidação da segregação pautada, principalmente, pela força. É o mesmo que aconteceu na África, que acontece no Oriente Médio e na fronteira entre o Império e o México.

Não se engane, embora o pano de fundo seja racial e as justificativas estejam sob a égide do bom mocismo, os motivos são torpes e de ordem classista: assim como o mexicano Carlos Slim (proprietário da Telmex) não tem problemas em entrar nos Estados Unidos, você nunca vai ouvir que o “rei” Pelé teve sua porta arrombada por policiais. Aos ricos, tudo!

É difícil conceber como uma realidade dessa natureza pode se instaurar justamente durante o governo de uma ex- guerrilheira de orientação comunista que conhece muito bem a realidade de um povo sitiado, que sabe o que é passar horas na companhia de militares e que goza de relativa admiração por parte de estadistas que tanto criticam ações como as de Israel contra palestinos.

Ainda mais difícil é entender como um evento pode ser organizado a tão duras penas em um país e seu povo simplesmente acatar e aguardar ansiosamente pelo desfecho deste evento que, ainda que sua idoneidade não fosse questionável, não teria importância se comparado com a realidade social de seus observadores.

A única coisa fácil de entender nessa história é como essa realidade de perpetua. Minha angústia se acaba com o meu ponto final, a sua com o ponto final do seu comentário – quando muito – a dos moradores das áreas ocupadas não passa. Ela renasce com o sol e acorda com o luar e, assim, juntos, mantemos a [verdadeira] democracia distante: inconformado, eu a espero de vocês e, sentados, vocês esperam-na de mim. [e fim dos meus lamentos]

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Quanto custa a sua liberdade?


A julgar pela letargia que domina a sociedade ocidental contemporânea, parece que os indivíduos dão, cada vez, menos valor à própria liberdade... Mas não à dos outros!
Em 2012, será votado pelo Congresso estadunidense, um projeto que é fruto de um lobby da indústria cinematográfica e fonográfica - o Stop Online Privacy Act (ou SOPA).
Se aprovado, o projeto irá imputar responsabilidade solidária aos meio utilizados pelos usuários para propagar material protegido por Copyright. Trocando em miúdos, isso significa que o Youtube, por exemplo, pode ser retirado do ar se for encontrado algum material protegido por copyright, postado por qualquer usuário.
Não seja ingênuo, as grandes corporações (como a Google, detentora do Youtube) não serão prejudicadas e os mecanismos legais para livrá-los da punição já estão previstos: caso seja colaborador da justiça, delatando o emissor do material protegido, a empresa fica imune à punição e o usuário responderá por crime previsto pela violação de direitos autorais, vulgo crime de pirataria.
Não importa o que você tem a dizer, não importa o que é arte. O que importa é que, para que você tenha acesso à cultura e conhecimento, algum barão está perdendo parte de seu conforto. Por isso, as coisas devem continuar como são: o mosquito não engole o boi e é a mosca que senta na sopa. O contrário disso incomoda e a revolução comportamental trazida pela internet, incluindo o âmbito das relações de trabalho e da partilha, não é interessante para o capital.
Assim, o império, mais uma vez, entra em campo, invertendo a ordem de prioridades e, para variar, jogando SOPA na sua mosca!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Aos leitores, o nosso obrigado - parte I

Um Natal agitado


O grupo de hackativismo, Anonymous, parece ter atacado mais uma vez. Desta vez, a vítima foi uma empresa de inteligência global, Strategy Forecasting (conhecida por Stratfor).
Este ataque tem duas características interessantes. A primeira é que após roubar mais de 200 Gb em dados, contendo inclusive números de cartão de crédito, o grupo desviou aproximadamente 1 milhão de dólares em doações para instituições para o bem estar: asilos, orfanatos e, segundo algumas agências de notícia, até mesmo a Cruz Vermelha.
Além do comportamento Robin Hood, há uma outra coisa no fato que chama a atenção: o grupo negou o ataque. Assumir o ataque faz parte da estratégia de auto-promoção do grupo e isso mostra que, muito possivelmente, os ataques virtuais de cunho político ideológico podem ter ultrapassado os limites do grupo que deu origem aos grandes ataques organizados. O Anonymous, que adotou a máscara do V de vingança como símbolo, pode estar vendo o que se vê ao final do filme: uma multidão vestindo a máscara daquele que os incitaram. O mundo globalizado, por sua vez, pode estar vendo a vida imitando a arte... sem metáforas.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O retrato de uma triste realidade

Às vezes, em meio ao ritmo alucinado das cidades grandes e diante das maiores demonstrações de desrespeito ao próximo, sempre me pergunto: "Será que um não se coloca no lugar do outro?". A insistência do desrespeito mútuo quase sempre sugere que não, que não se colocam.
Dentro dessa mesma linha de raciocínio é sempre possível ver o quão injusto é o mundo. As perguntas trazem outros personagens, mas não outra relação que não a de exploração do homem pelo homem: "E se fosse um branco?", "E se fosse um rico?", "E se fosse um homem?" e, assim, indefinidamente... Neste vídeo, a pergunta é: "E se fosse um inglês?". Assista, indigne-se... ou não. Mas nunca deixe de perguntar: "E se fosse eu?"

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

" A sociedade do futuro será feita de idiotas "


Filme : OS IDIOTAS , Lars von Trier 


Ah deve ter um turbilhão de desejos um alçapão de encantos que eu ainda não toquei. Seria eu uma idiota em não ter realmente ter encontrado a ‘idiota’ dentro de mim? É basicamente nisso que rodeia o filme.

De início parece difícil entender o que “ Os Idiotas “ , de Lars von Trier tem para mostrar.
Câmera tremula, orçamento baixíssimo, sem cortes, sem edição , nada de filtros fotográficos um filme de ficção ou documentário [?] Estilizados claramente pelas regras cinematográficas do Dogma 95.
O filme mostra que um grupo de intelectuais (publicitários, poetas, médicos, artistas plásticos, empresários) que decide procurar o seu idiota interior. Desta forma, o grupo se isola e age como idiotas que é basicamente se comportar como um débil mental simplesmente para ver a reação dos outros, no entanto percebe-se que só conseguem vantagem em todos os aspectos pois são ‘livres’ para causar qualquer tipo de intervenção dentro de um local pois são simplesmente loucos, simples idiotas com deficiência mental  ou rebeldes sem causa que estão surtando.
Como é demonstrado na primeira cena na qual em um restaurante caro o grupo de idiotas depois de causar um pequeno tumulto saem sem pagar a pedido do garçom, levando uma mulher de meia-idade, sozinha, boazinha, triste e cativada pela sensibilidade de um rapaz loiro um “idiota” que pegou em sua mão querendo que ela fosse junto com ele. Dentro do taxi em que todos entram eles soltam uma gargalhada mostrando a farsa.


 A mulher que foi levada junto com esta correnteza absurda é Karen ultima a entrar no grupo e desde do início percebe-se a ingenuidade de uma mulher sem passado que observa as encenações que são bastante convincentes e que aos poucos consegue participar. Ela demonstra a dificuldade de realmente cair na farsa, porque ser tão difícil ser um idiota e qual a graça ?
Mesmo este processo de regressão seja mantido ao longo da trama percebe-se que que todos ali são bem mais frágeis do que parecem e que não conseguem destruir seu passado. Até que o rito final é que todos deveriam voltar para seu passado ( empresa, família, estudos) e agir como um idiota se não conseguissem alcançar isso  estariam fora da “paranoia” como eles mesmo definem o tal projeto. Ninguém assume que é impossível mutilar o passado desta forma e o resultado desse ato individual é traumático para todos.
A crítica de valores capitalistas rodeia inteiramente o filme desde da cena em que todos se enlambuzam de caviar ou até mesmo destroem um alpendre da casa, porque “ o alpendre é uma bobagem burguesa “. E que até mesmo o ‘surto idiota’ de Stoffer que sai gritando “ fascistas “ pelado na rua seria uma comédia de humor negro se não fosse confrontado tantas questões de tantas hipocrisias que vivemos diariamente.
                    
798MB/AVI



Sessão Pipoca - Belo Monte

Vou apresentar aqui, uma coletânea de vídeos que tratam da construção de Belo Monte, positiva e negativamente. Podemos ver que a tática de INFORMAÇÃO MISTURADA COM A DESINFORMAÇÃO é utilizada em vários vídeos de ambas opiniões. Assistir a este conteúdo é positivo para - fortalecimento de argumentos - incentivo à mobilização coletiva - para os professores fica um material legal para preparar aula.

Vou postar os links para que a postagem não fique muito extensa:


Tempestade em Copo d'Água - Resposta ao Movimento Gota d'Água por alunos da UniCamp

Resposta à Tempestade em Copo d'Água - Vlog Consciência

Resposta à Tempestade em Copo d'Água - Coletivo Miséria

Verifique os Fatos - Resposta ao Movimento Gota d'Água por alunos da Unb

Resposta à Verifique os Fatos - Vlog Consciência

Resistência Contra Belo Monte - Vídeo dos Estudantes Amazônidas

"Pimenta nos olhos dos outros é refresco" - Vídeo de Estudantes Amazônidas

Belo Monte - Anúncio de uma guerra - Edição de um documentário da CATARSE sobre Belo Monte

A hidrelétrica de Belo Monte e a Questão Indígena - Palestra realizada na UnB

Manifestação contra a condecoração do Presidente da Eletronorte

TV FOLHA - Altamira decide pedir suspensão de Belo Monte

Belo Monte - Piaraçu - Levantes contra Belo Monte

Presidente do IBAMA Kurt Trennepohl admite não respeitar os índios na questão de Belo Monte

Povos do Xingu contra Belo Monte

LEIAM SEMPRE AS INFORMAÇÕES ADICIONAIS DE CADA VÍDEO, LÁ EXISTEM MAIS DIVERSOS LINKS DE REFERÊNCIA

Peço perdão por qualquer vídeo que eu tenha esquecido, mande via comentário que eu adiciono!

Isso aqui é a BELOMONTEPÉDIA do Krisis!


Links Interessantes:














terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Internet Cerceada

Disciplina e Comprometimento

Comprometimento

Uma questão que não sai da minha cabeça é "O quanto os membros de grupos sociais são comprometidos com a mudança?", e não é uma questão superficial, pois, para que consigamos confrontar a ordem estabelecida, nosso comprometimento precisa ser minimamente MAIOR que o comprometimento dos grupos no poder de se manterem em tal posição. 
O comprometimento deveria ser tal que nossos interesses PRIMÁRIOS deveriam ser os que levam para a mudança, afinal de contas, se olharmos a vida de nossos rivais, perceberemos que manter o sistema estável é a prioridade.
Quantas horas diárias dedicamos à mudança? Pois nossos inimigos dedicam minimamente 8 horas diárias, 5 ou 6 vezes por semana à manutenção da ordem.
Quantas vezes você trocou algum compromisso de ordem militante por um interesse de ordem pessoal? Saiba que os homens do poder trocam até a família pela estabilidade do sistema.

Será que com o comprometimento que temos hoje seremos capazes de mudar alguma coisa? Será que nos dedicamos o bastante?

Eu não consigo ficar tranquilo.

Disciplina

Não quero me tornar uma máquina e nem acho que alguém deva se tornar uma, talvez o fato de sermos humanos e de nos conservarmos sentimentais seja um diferencial. No entanto, acredito que os movimentos careçam de disciplina.
Sabemos o que tem de ser feito, cada um da sua forma, então, por que não nos dedicamos mais a isso?

POR QUE NÃO DEDICAMOS NOSSO TEMPO LIVRE À MUDANÇA, SEJA FAZENDO O QUE VOCÊ ACREDITA QUE SEJA O CERTO OU FAZENDO AJUDANDO À SEU AMIGO COMPROMETIDO A FAZER O QUE ELE ACREDITA SER CERTO?

Por que não nos unimos mais? Por que não nos reunimos? Por que não lutamos sozinhos? Por que não agir HOJE?

Não temos tempo? Ou organizamos mal o nosso tempo?

Não temos dinheiro? Ou gastamos nosso dinheiro em coisas fúteis?

Não temos ideias? Ou não temos comprometimento para colocar nossas ideias em prática?

NÓS DEIXAMOS PRA DEPOIS, ELES NÃO.


Este texto, como todos os outros já postados, representa a opinião do autor, faz parte de suas divagações acerca de coletivos e outros grupos, virtuais ou não, que pode ou não ser compartilhada por outros membros do grupo. Isso não significa que o grupo não tenha identidade, significa apenas que o grupo é aberto à discussão e acredita na dialética.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Mumia Abu-Jamal sai do corredor da morte e é transferido de prisão

Nossa... eu não tenho palavras!
[Notícia via ANA - Agência de Notícias Anarquistas, por Moésio Rebouças]
[EUA] Mumia Abu-Jamal sai do corredor da morte e é transferido de prisão
Ramona África faz chamado para proteger Mumia enviando cartas e chamadas telefônicas
Após o anúncio do promotor Seth Williams em 7 de dezembro, que a Procuradoria da Filadélfia não irá mais procurar a reimposição da pena de morte a Mumia Abu-Jamal, e da realização de eventos em apoio à Mumia na Filadélfia, Oakland, Cidade do México, Londres, Viena, e em outros lugares do mundo em 9 de dezembro, Ramona África, do MOVE, difundiu um comunicado dizendo que Mumia Abu-Jamal foi transferido para a prisão estadual Mahanoy, em Frackville, na Pensilvânia, em 14 de dezembro, entretanto até agora ele não se encontra na População Geral, mas na Segregação.
No comunicado Ramona enfatiza que, embora seja um alívio que Mumia não permaneça mais no corredor da morte sob a constante ameaça de execução, seus inimigos, todavia, ainda o odeiam com uma sanha visceral e não deixarão de buscar a sua morte, e que a ameaça de um ataque a sua vida na prisão é muito real.
Ramona solicita que enviemos cartas para Mumia e chamadas telefônicas para o diretor da prisão, John Kerestes, ou a Assistente de Direção, Bernadette Masan (telefone da prisão: 570 773-2158), para que eles saibam que estamos de olho pela segurança de Mumia e seu bem-estar.
Seu novo endereço é:
Mumia Abu-Jamal
AM-8335
SCI-Mahanoy
301 Morea Rd.
Frackville, PA. 17932
EUA
agência de notícias anarquistas-ana
amor de verão
pipa rompeu a linha
fugiu com o vento
Alonso Alvarez

RODAram: Seis estudantes da USP expulsos por causa da ocupação de 2010

Ontem, 17 de dezembro de 2011, 42 anos após a fatídica desocupação do
CRUSP por tanques do 2° exército, tomamos conhecimento da decisão
proferida na tarde de ontem pela reitoria de João Grandino Rodas a
pedido da Coordenadoria de Serviço Social – COSEAS, que tem como
superintende a mando de Rodas, Waldyr Antonio Jorge, dentista e
tenente do exercito:

       Desta forma, determino a aplicação a Aline Dias Camoles (ECA), Amanda
Freire de Sousa (FFLCH), Bruno Belém (ECA), Jéssica de Abreu Trinca
(FFLCH), Marcus Padraic Dunne (FFLCH), Paulo Henrique Oliveira Galego
(FFLCH), Pedro Luiz Damião (FFLCH) e Yves de Carvalho Souzedo (FFLCH)
da pena de eliminação do corpo discente da Universidade de São Paulo,
com fundamento no artigo 249, IV, do Decreto nº 52.906/72 (em vigor
por força do disposto no artigo 4º das disposições transitórias do
atual Regimento Geral da USP), e, como consequência, a exclusão dos
mesmos do CRUSP/COSEAS.”
(http://www.jusbrasil.com.br/diarios/33295639/dosp-executivo-caderno-1-17-12-2011-pg-63)

       Seis estudantes da Universidade de São Paulo, moradores do CRUSP,
foram “eliminados” da USP por supostamente terem participado da
ocupação, em 2010, de prédio do bloco G, que hoje é a Moradia Retomada
onde mais de 40 estudantes finalmente podem continuar seus cursos.
Todo ano mais de 1200 pessoas ficam sem moradia na universidade e
muitas são obrigadas a desistir de seus estudos.

       A decisão, tomada fora do período letivo da universidade é
completamente infundada, sem provas, e as arbitrariedades percorrem
todo o processo administrativo, desde sua instauração sem abertura de
sindicância. Além de serem baseadas no decreto 52.906 de 1972, em
plena ditadura militar com a regência do AI-5, este decreto prevê
punições como expulsão para estudantes que agem contra “a moral e os
bons costumes”:

Artigo 249 - As penas referidas no artigo 248 deste Regimento serão
aplicadas nos seguintes casos:
 I - pena de advertência, nos casos de manifestação de desrespeito às
normas disciplinares, constantes do Regimento das Unidades, qualquer
que seja a sua modalidade e reconhecida a sua mínima gravidade;
 II - pena de repreensão nos casos de reincidência e todas as vezes em
que ficar configurado um deliberado procedimento de indisciplina,
reconhecido como de média gravidade;
 III - pena de suspensão nos casos de reincidência de falta já punida
com repreensão e todas as vezes em que a transgressão dá ordem se
revestir de maior gravidade;
 IV - pena de eliminação definitiva nos casos em que for demonstrado
por meio de inquérito, ter o aluno praticado falta considerada grave.
 § 1º - A pena de suspensão implicará na consignação de falta aos
trabalhos escolares, durante todo o período em que perdurar a punição,
ficando o aluno impedido durante esse tempo de freqüentar a Unidade
onde estiver matriculado.
 § 2º - A penalidade será agravada, em cada reincidência, o que não
impede a aplicação, desde logo, a critério da autoridade, de qualquer
das penas, segundo a natureza e gravidade da falta praticada.
 § 3º - A penalidade disciplinar constará do prontuário do infrator.
 § 4º - As sanções referidas neste artigo e parágrafos não isentas o
infrator da responsabilidade criminal em que haja incorrido.
Artigo 250 - Constituem infração disciplinar do aluno, passíveis de
sanção segundo a gravidade da falta cometida.
 I - inutilizar, alterar ou fazer qualquer inscrição em editais ou
avisos afixados pela administração;
 II - fazer inscrições em próprios universitários, ou em suas
imediações, ou nos objetos de propriedade da USP e afixar cartazes
foi-a dos locais a eles destinados;
 III - retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, objeto
ou documento existente em qualquer dependência da USP;
 IV - praticar ato atentatório à moral ou aos bons costumes;
 V - praticar jogos proibidos;
 VI - guardar, transportar ou utilizar arma ou substância entorpecente;
 VII - perturbar os trabalhos escolares bem como o funcionamento da
administração da USP;
 VIII - promover manifestação ou propaganda de caráter
político-partidário, racial ou religioso, bem como incitar, promover
ou apoiar ausências coletivas aos trabalhos escolares;
 IX - desobedecer aos preceitos regulamentares constantes dos
Regimentos das Unidades, Centros, bem como dos alojamentos e
residências em próprios universitário

Quem dera ser um peixe...

Peixes demonstram que alienados impulsionam a democracia

Grupo de peixes-papagaio nadam em tanque de Taipé, Taiwan, em novembro de 2009
  • Grupo de peixes-papagaio nadam em tanque de Taipé, Taiwan, em novembro de 2009
Cientistas dos Estados Unidos descobriram que certos peixes de água doce são excelentes ratos de laboratório para pesquisar o poder surpreendente dos "desinformados" na tomada de decisões grupais, o que parece demonstrar que os ignorantes favorecem a democracia.

Graças a estes peixes, conhecidos como carpas douradas ('Notemigonus crysoleucas'), cientistas da Universidade da Princeton em Nova Jersey (leste) concluíram que os indivíduos aos quais não importa muito o resultado de uma situação dada podem diluir a influência de uma minoria poderosa que, de outra forma, seria dominante.

As conclusões de seu estudo, intitulado "Os indivíduos sem formação promovem o consenso democrático em grupos animais", foram publicadas na edição desta sexta-feira da revista Science.

A observação dos peixes permitiu provar que as pessoas apolíticas, quando pressionadas a tomar uma decisão, evitarão à da minoria, sem importar se o seu ponto de vista é ou não inteligente.

"Os peixes proporcionam um sistema em pequena escala muito conveniente, onde mostram dinâmicas coletivas realmente fantásticas", afirmou o principal cientista que participou do estudo, Iain Couzin, do departamento de Ecologia e Biologia Animal de Princeton.

"São muito fáceis de treinar e desenvolvem fortes preferências", explicou o professor de origem escocesa, acrescentando que estes peixes são, ainda, "um bom modelo biológico de consenso na tomada de decisões".

O fornecimento das carpas douradas, comuns em todo o leste da América do Norte, coube ao Fazenda de Carpas Anderson, em Lonoke, no Arkansas (centro), onde são reproduzidos, literalmente, bilhões destes peixes ao ano para usar como isca.

No laboratório de Princeton, um grupo de peixes foi treinado para associar a cor azul a um prêmio de comida.

Outro grupo, menor, foi treinado para fazer o mesmo, mas com a cor amarela, que é o que as carpas douradas preferem a qualquer outra quando estão em seu hábitat natural.

Ao reunir os dois grupos, os cientistas descobriram que a minoria que era quem decidia para qual cor todo o cardume devia nadar para apanhar a recompensa.
Segundo os cientistas isto ocorreu porque os "sentimentos" da minoria eram mais fortes do que os do restante do grupo. Se as preferências dos dois subgrupos tivessem a mesma carga emotiva, a decisão teria sido tomada pela maioria, explicaram.

Mas as coisas, então, mudaram quando alguns peixes não treinados, representando o que Couzin e sua equipe chamariam de grupo de "desinformados" do reino dos peixes, sem qualquer preferência por uma cor ou outra, foram inseridos no grupo.

"À medida que adicionamos 'indivíduos desinformados' no processo, voltamos a dar o controle do grupo à maioria", disse Couzin à AFP durante entrevista coletiva.

"As pessoas desinformadas espontaneamente apóiam a opinião da maioria e reduzem, efetivamente, as diferenças de intransigência entre os dois subgrupos".
Ao introduzir o resultado em modelos matemáticos e simulações por computador, os cientistas encontraram um paralelismo no comportamento humano, que mudou pressupostos comuns sobre o poder das minorias que se pronunciam abertamente.

"Normalmente, supomos que um grupo muito obstinado e enérgico vai influenciar todo mundo", disse Donald Saari, da Universidade da Califórnia, citado em um comunicado de Princeton. "O que temos aqui é muito diferente", acrescentou.

Em um contexto político, isto poderia explicar o porquê de um candidato linha-dura ou um partido extremista poderiam se sair bem nas primárias, fracassando quando os eleitores "desinformados" votarem em massa nas eleições gerais.

"Os indivíduos desinformados efetivamente impulsionam uma saída democrática", disse Couzin, embora tenha dito que há limites, como ficou
evidente no aquário.

"Ao adicionar 'indivíduos desinformados', eventualmente reina o 'ruído' (confusão)", disse.

Nesse momento, informação de nenhum tipo se compartilha com eficácia e todo o grupo começa a tomar decisões ao acaso.

Noticia retirada do Yahoo Brasil.

Far West Brasileiro IV - Os traidores da raça branca também devem morrer

Nota Pública da CPT

A Comissão Pastoral da Terra do Maranhão vem, por meio deste, comunicar mais atos de violência envolvendo a comunidade quilombola de Salgado, zona rural de Pirapemas (MA), num conflito que já se arrasta há 30 anos.

No último dia 3 de dezembro, cerca de 18 animais pertencente ao Sr. José da Cruz, líder da comunidade quilombola de Salgado, foram mortos, por meio de veneno, causando um grande prejuízo à família do mesmo, já que sobraram poucos animais para subsistência de seu núcleo familiar. Tal fato se deu em decorrência de violento conflito possessório envolvendo, de um lado, dezenas de famílias quilombolas e de outro os senhores Ivanilson Pontes de Araújo e seu pai Moisés, que criam animais soltos nas áreas de roça das famílias e impedem que as mesmas acessem as fontes de água e babaçuais.

Em outubro de 2010, o juízo da comarca de Cantanhede (MA) concedeu manutenção de posse em favor das famílias do quilombo, contudo, o réu Ivanilson insiste em desrespeitar a ordem judicial. No último domingo afirmou ao quilombola José Patrício, que se os mesmos continuassem a realizar roças, esses iriam pagar caro.

Na manhã de hoje, 14 de dezembro, por volta de seis horas, o Sr. José da Cruz, líder quilombola, encontrou, com outros trabalhadores, um vasilhame de veneno dentro do poço d’água utilizado pela comunidade. A intenção clara era de ou matar por envenenamento os trabalhadores quilombolas ou causar grandes males à saúde da comunidade. Este fato ocorreu dois dias após a ida do Delegado Agrário à área do conflito. Além disso, o sr. Ivanilson Pontes de Araújo contratou dois homens que ficam rondando a comunidade, de forma ostensiva, intimidando as famílias ameaçadas.

Ao longo do ano de 2011, as famílias quilombolas de Salgado sofreram vários tipos de humilhações, ameaças, intimidações e violência em seu território. Contudo, o Estado fez pouco caso da situação.

A cada dia, maiores são as violências contra a Comunidade Salgado/Pontes. Tememos o pior!

São Luís, 14 de dezembro de 2011.

Padre Inaldo Serejo

Coordenador da CPT/MARANHÃO

Retirado de:http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/direto-dos-movimentos/2287-agua-usada-por-comunidade-quilombola-e-envenenada-no-maranhao-

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Escafandristas... população em crescimento ou em declínio?



indicação passiva de www.miseriahq.blogspot.com

Uma alternativa à democracia representativa: a Democracia Experimental

Diante dos desmandos daqueles que, teoricamente, deveriam ser nossos representantes trazem à tona a necessidade de se rever os conceitos acerca da Democracia direta. Eis que, no ano 2000, na cidade de Vallentuna surge a DEMOEX, a democracia DIRETA que conta com a ascensão da tecnologia e dos meios de comunicação. Uma discussão da qual ninguém que questiona a ordem vigente:



http://demoex.com.br/index.asp

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O Brasil e o coronelismo da Rede Globo

DO blog Pragmatismo Político: A morte de Mosquito, que jamais se calou diante da operação abafa implementada por um grupo poderoso e pelos seus cúmplices, é um alívio para quem não estava nem um pouco acostumado a ter o calcanhar pisoteado. Agora já podem retomar tranquilamente a rotina. Caberá novamente às mídias alternativas fazer um pouco de barulho em meio ao silêncio conveniente; um silêncio que nem sequer esboça sinal de partida.

O blogueiro Amilton Alexandre, o Mosquito, foi encontrado morto em seu apartamento, em Palhoça, Santa Catarina, na tarde de ontem (13). Segundo a polícia, tratou-se de "suicídio por enforcamento". A rápida conclusão, porém, não convenceu seus amigos e familiares, que exigem rigorosa apuração do caso.

Com suas "tijoladas" na internet, Mosquito fez inúmeros inimigos. Nos últimos tempos, ele alertou que estava sendo ameaçado. Na semana retrasada, ele anunciou o fim da sua página: "O blog Tijoladas acabou para eu continuar vivo. Não é uma capitulação. Não mudei meu modo de pensar. Não mudei minhas convicções".

Um amigo pessoal de Mosquito, que pediu para ter o seu anonimato por ora preservado, revelou a Pragmatismo Político suas importantes impressões sobre a misteriosa morte do blogueiro. As informações seguem caminho completamente contrário às versões oficiais.

"Quem conheceu Mosquito sabe que não se suicidaria", disse, enumerando as diversas razões que indicam a impossibilidade de suicídio. "Ele era alvo de várias ameaças de morte. Era defensor da sustentabilidade, modo de vida saudável, andava de bicicleta, trocava frutas e verduras do quintal com seus vizinhos. Era defensor da transparência e combatia os poderosos. Era pai de uma adolescente. Filho querido de uma mãe ainda viva por quem tinha muito carinho. Um cidadão com esse perfil não se suicida. A porta da sua casa estava aberta. Sua casa é de esquina, de um lado os fundos, do outro, um terreno baldio. Foi encontrado com lençol enrolado no pescoço, quem se suicida de forma tão cruel, correndo risco de morte lenta e dolorosa? Sendo morador solitário, não seria mais fácil entupir-se de comprimidos?

Mosquito ganhou fama nacional ao denunciar um caso de estupro em Florianópolis, envolvendo o filho de um diretor da poderosa RBS, afiliada da TV Globo. A mídia corporativa abafou o escândalo, só noticiado pela TV Record (vídeo abaixo).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Neoliberalismo? Nãaoo... "alternativas" do terceiro mundo para safar-se de despesas básicas!

Falta quanto para chegarmos ao ápice do neoliberalismo...? Bom, se considerarmos os esforços de nossxs políticxs, vamos aos saltos:

 Alagoas aprova publicidade em uniforme escolar e causa polêmica

RIO - A ex-senadora e atual vereadora de Maceió Heloísa Helena (PSOL) entrou com uma ação no Ministério Público Estadual e na Vara da Infância e Juventude pedindo a anulação na Justiça da lei 7.288, que autoriza o uso anúncio publicitário nos uniformes de alunos de escolas públicas de Alagoas em troca da doação de uniformes, material escolar e mobiliário. A medida foi sancionada em 30 de novembro pelo governador Teotônio Vilela Filho (PSDB).
Para Heloísa, os alunos não devem ser obrigados a virarem garotos-propaganda das empresas.
- Isso é ilegal e inaceitável juridicamente. Além de ser uma falta de respeito aos estudantes, à sua dignidade e à preservação da imagem. Não podemos aceitar - disse.
A pedagoga Mirian Paúra, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, tem a mesma opinião.
- Colocar publicidade nos uniformes é um desrespeito ao aluno. A escola tem o dever de educar e não de explorar as crianças como mediadora de um determinado produto ou serviço - afirma.
Segundo a Secretaria de Educação de Alagoas, a falta de recursos foi o que motivou a criação da lei. Em seu Twitter, o secretário de Educação e Esportes, Adriano Soares (@adrianosoares69), confirmou a informação. " Os estudantes hoje pagam pelos uniformes. Pq a educação ñ tem recursos para comprar esses uniformes para os alunos".
Heloísa Helena discorda da alternativa encontrada pelo governo.
- Não pode ser desculpa para o Estado agir inadequadamente resume.
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Alagoas (Sinteal) afirmou, em comunicado oficial, que a medida é "ridícula e perigosa".
"Transformar milhares de alunos em verdadeiros 'outdoors ambulantes' não irá salvar a educação pública de Alagoas do 'caos' em que se encontra. Jogar os alunos nas 'garras' da iniciativa privada dá bem a medida do que esse governo pensa e quer da educação pública.".
A única restrição prevista na lei é quanto ao tipo de empresa que patrocinará os uniformes: elas não podem atuar nos setores de bebidas e cigarros.
As especificações sobre a periodicidade e a padronização do material fornecido ficarão a cargo da secretaria.
Atualmente, todas as peças são pagas pelos próprios pais, mas o uso do uniforme não é obrigatório.
A lei foi publicada no Diário Oficial do Alagoas.

like this:

Ocupe um terreno - Indaiatuba

Como o prometido, faremos postagens regulares sobre nossa ocupação (que ainda não tem nome - aceitamos sugestões).

Segue o relato de nossas experiências, avanços, retrocessos, obstáculos e superações.

A divisa da área sem entulho nenhum, uma parte já limpa.
A Primeira Vez...

...que entramos no terreno foi decepcionante tinha MUITO entulho:
Sacolinhas plásticas; pilhas alcalinas; garrafas pet; vidro quebrado; telhas; pedras; isopor; etc.

Por isso resolvemos selecionar uma área para ser o "começo de tudo", conforme íamos retirando o entulho da área selecionada fomos erguendo uma mini mureta de entulho para demarcá-la.

Ferramentas

Depois que terminamos de "limpar" a área selecionada, começamos a retirar o mato - a ideia era não precisar tirar mato nenhum, no entanto, ainda existia muito lixo semi-enterrado e queríamos tornar A TERRA saudável antes de plantarmos nossos vegetais.
Encontramos outro grande problema. Sem ferramenta nenhuma, nem luvas, o trabalho rende muito pouco e acabamos machucando as mãos. Não desistimos, apesar do pouco rendimento do trabalho e de ser muito cansativo de realizá-lo depois de ter passado o dia trabalhando.
Ontem ganhamos uma enxada e conseguimos as luvas. Agora o trabalho renderá mais!

A Surpresa BOA

Limpando o canteirinho no terreno de nossa própria casa, onde ficam as árvores ornamentais, tivemos uma agradabilíssima surpresa:

Boldo - Hortelã - Salsinha

Isso nos deu a força necessária pra continuar!

A Surpresa RUIM

Ontem jogaram MAIS entulho no terreno...

Os novos moradores do terreno
No entanto, ao invés de desanimarmos, isso também serviu como um motivador:

- Estamos pensando em aproveitar esta madeira para fazermos uma cerca baixinha em torno da horta - apenas para impedir a desagradável surpresa de um cagão de cachorro no meio da alface, por exemplo.

- E a outra coisa foi que roubamos uma ideia do Coletivo Pó de Mico:

Nossa Linda Placa será colocada HOJE
No meio de tudo isso...

Já começamos a compostagem, que ainda necessita de minhocas e de uma peneira...
E plantamos Hortelã, que murchou, mas, ainda acreditamos que ele terá forças pra vencer!

Assim que tivermos algum progresso, faremos novas postagens!!

Esperamos que o leitor também ocupe um terreno e compartilhe suas experiências!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Humor e Ideologia, conhece o Henfil? - Letras Vermelhas

Letras Vermelhas


Humor e Ideologia, conhece o Henfil?

Henfil - Fradim #1 - 2°Edição pág 25

Já houvi gente dizer que desenho é coisa de criança. Ler quadrinhos e assistir desenho animado são atividades tipicamente infantis, no entanto, estes recursos foram e são muitas vezes utilizados como uma forma de humor adulta, uma forma suave e ao mesmo tempo contundente de se passar ideologia. 
Dentre os gênios que souberam utilizar deste recurso, posso citar japonês Shoji Kawamori, criador do anime Arjuna¹ e o argentino Quino, responsável pela incrível personagem Mafalda.

Henfil, ou, Henrique de Souza Filho é o gênio brasileiro do humor carregado de ideologia. Eu poderia utilizar minhas palavras para falar sobre o comprometimento ideológico deste artista, no entanto, utilizarei de suas próprias palavras:

"O meu maior propósito, enquanto jornalista do traço, era aguçar a veira crítica das pessoas com relação a este sistema que o capitalismo usa para escravizar a tudo e a todos."²

O lápis é uma arma

A vida  de Henfil (1944-1988) se confunde com a história da ditadura militar do país, lutar, para ele, não foi meramente uma escolha. Seus personagens não são frutos do acaso, e sim de situações reais, por isso, é que eles não nos fazem rir por rir, rimos de desespero, rimos de sarcasmo, rimos de ironia, rimos de compaixão. Lendo Fradim, rimos amargamente das piadas azedas de Baixim, o frade sádico, lendo a Graúna rimos de nossa impotência frente a um nordeste miserável o qual (agora, apesar da democracia) parece que não somos capazes de mudar. Lendo Ubaldo rimos de desespero, pois, podemos sentir na pele como durante a ditadura, achar que as coisas podiam ser melhores já era o suficiente para tornar um ser humano paranoico.

A ditadura acabou e infelizmente (ou felizmente) Henfil não viveu o suficiente para presenciar a falsa democracia atual, falsa democracia que ainda exige (ou pelo menos deveria exigir) o mesmo alto grau de comprometimento político da população, pois, agora é com o nosso aval que o nordeste sofre nas mãos de Sarney e é com nosso aval que a presidenta Dilma nega todos os pedidos de Reforma Agrária. Os problemas do país continuam os mesmos, o nosso comprometimento para com a mudança é que é cada vez menor. Talvez uma boa dose de Henfil nos sirva para despertar o que está adormecido!






Procure conhecer a obra de Henfil

Henfil - Fradim #1 - 2°Edição pág 35

Tenho certeza que não vai se arrepender!

Henfil, A volta da Graúna, p. 82-83


Quer saber mais?

Além da leitura dos quadrinhos recomendo também a leitura do livro:
Henfil, o humor subversivo - Marcio Malta

Notas:

1 - Valeu pela indicação, Taz! Valeu por assistir comigo, Jazz!
2 - Henfil, Fradim 13, p. 24

Especial - Os BUNDÕES de Campinas

Apresentamos - Os bundões do passado:



Estes são os bundões responsáveis pelo aumento do próprio salário. Sabe para que serve os 15 mil?

- Eles precisam de convenio médico particular, já que não cuidam da saúde pública
- Eles precisam de vigilância particular, já que nada fazem pela segurança pública
- Eles precisam pagar escolas particulares para seus filhos e netos, já que não se preocupam com a educação pública
- Eles precisam ter carros confortáveis, já que o transporte público é tão lotado, demorado e desconfortável.

Você, campineiro, está pagando impostos para que os vereadores resolvam seus problemas particulares enquanto se atola cada vez mais na merda. Parabéns!!!

Estrelando - Os bundões do futuro



Faz sentido? Cuidado... Não seja um bundão você também... Veja este aqui:



Caso conheça mais algum grupo de bundões em Campinas, colabore, faça este post crescer

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Bonafont - Experiência 15 X Krisis - Experiência 15

Você bebe mais água, logo, faz mais xixi (mija mais, em português claro), obvio, não é?



Pelo jeito não...

Por isso, proponho o fantástico:

Krisis - Experiência 15

1- Abra a torneira da sua casa. Viu, sai água!!!!
2 - Feche a torneira.
3 - Abra o armário da cozinha. Observe!!! Copos de vidro!!! Que fantástico.
4 - Pegue um (1 unidade) copo de vidro
5 - Posicione o copo embaixo da torneira e repita o primeiro passo
6 - Beba

Repita os passos 4 - 5 - 6 toda vez que tiver sede, durante 15 dias.

Tá fazendo "mais xixi" (mijando mais) ou não???
Sua urina (mijo) está mais clara ou não???

E nem foi tomando Bonafont... que coisa!!

O que você ganha com a Experiência Krisis:

Você paga por uma garrafa de água Bonafont de 2lts entre 3 e 4 reais

Você paga por 5.000lts de água da torneira em média 26 reais...

Façamos as contas...

Você gasta R$7.500 (considerando os 3 reais) quando poderia gastar R$26, pra quê? Por quê?

Bebendo água da torneira você também evita isso:



A experiência 15 do Coletivo Krisis continua em breve...

E para somar, um viodezinho sobre a história da água engarrafada:

sábado, 10 de dezembro de 2011

Dia de ação!

Uma mosca que pousou na sopa de Tatu(í)

Segue abaixo, uma das provas de que as coisas têm sido feitas, de que as lutas têm sido travadas, mesmo que a passos lentos, por aí afora!!! Força, Coletivo Ágoras, vocês não estão sozinhos!!!!! O KRISIS apenas repassa o que vem a seguir, com muito orgulho, o discurso e a ação é de autoria e autonomia do Ágoras!

COLETIVO ÁGORAS – Manifesto de Fundação

Diante de um cenário onde milhões de jovens saem às ruas, onde o possível colapso do sistema econômico global se mostra cada dia mais sensível em regiões diversas do planeta e perante a inoperância dos poderes públicos num âmbito local, nós declaramos aberto o Coletivo Ágoras, combateremos piamente as falcatruas que tanto revoltam aqueles que defendem um mundo livre de hipocrisias e falsas promessas.

Não bastando discursos e idealismos, desenvolvemos um coletivo para fundamentar campanhas de denúncia e conscientização dos estudantes e trabalhadores. Saudamos as revoluções da Primavera árabe ocorridas neste ano de 2011, envolvendo diversos países como Egito, Tunísia, Líbia e Síria. Observamos atentamente e apoiamos a ação de ativistas ocupando praças pelo mundo, com destaque para a Europa e os EUA.
Juntamos nossa voz à juventude chilena que busca uma educação gratuita e de qualidade.

Nos países industrializados o massivo movimento de pessoas, questionando o processo de redução da qualidade de vida, com planos de austeridade, para manter o status quo, nos causa asco e provoca a necessidade de uma renovada perspectiva. 

Na esfera municipal denunciamos uma política que é infelizmente comum em sociedades com tímida participação da sociedade civil, políticos outrora inimigos se tornam aliados e fazem um nojento jogo de cadeiras, onde aqueles que tentam questionar o jogo sujo ficam excluídos de participar. 
Questionáveis projetos, com exagerado uso de dinheiro público precisam ser apurados. Há a necessidade de explicar à população os atrasos para entrega. Obras diversas como a reforma da câmara, a reforma da Praça da Matriz, a construção de quadras de tênis, a reforma da maternidade, entre outras. Todas organizadas com licitações duvidosas deixam a transparência política num plano inteligível.

Considerações Recentes

Quinta feira agora, dia 8/12, um grupo de manifestantes se reuniu na Praça da Matriz de Tatuí, durante sua re-inauguração (pela oitava vez, diga-se de passagem). Este grupo somos nós, o Coletivo Ágoras. A enésima inauguração da praça central desta cidade interiorana serviu também como a inauguração de um ciclo de ações coletivas, que se propõe a utilizar variadas formas, em busca de único, mas ao mesmo tempo complexo pedido: COERÊNCIA. Parece simples, parece chato, e até mesmo distante. Mas o que se propõe é o questionamento das diversas contradições e hipocrisias que existem na sociedade hoje. Hipocrisias que muitos enxergam (seja no outro ou em si mesmo) e discordam. Nós sabemos disso, tanto que o que foi feito quinta feira agora não é nada mais do que tornar público o que muitos já pensam, e conversam nas filas do banco, do mercado, nas praças e nos bares.

Em um protesto tímido, que quase pediu licença aos presentes para estar ali (mas não à Prefeitura, já que ela é que deve pedir licença ao povo para fazer as coisas), um grito alto foi dado, dizendo o que é há tempos sussurrado pelas vielas, pelos becos, pelos bairros periféricos sem calçadas e asfalto de qualidade, por cada indivíduo que passa em frente às construções em eterna reforma e construção, enquanto uma praça com o custo de 1.3milhões fica pronta em 8 meses (e olha que era par ter ficado em 4, mas houve um “”“pequeno””” atraso (sim, com muitas aspas).

Havia um grande numero de pessoas, e não seremos hipócritas ao afirmar que era esperado um ato grandioso. Mas, na medida do que foi organizado a se fazer, o resultado foi muito maior do que o esperado. A prova disso se dá, durante a distribuição dos panfletos, quando muitas pessoas apoiaram o ato, elogiando a iniciativa e dando parabéns. Houve também quem perguntasse quanto estávamos ganhando por aquilo, e só agora vêm à cabeça que a resposta poderia ter sido “Liberdade, senhora”, mas na hora só saiu um “na verdade, absolutamente nada”. O que dizer então da diferença gritante entre a intensidade forte dos aplausos no início e a aparência fraca destes ao término da cerimônia do prefeito, ou da necessidade dele deixar claro, durante o discurso e com um tom de voz claramente incomodado, de que no portal da prefeitura há o orçamento dos gastos. Mas, apesar de suas falas, os cartazes ainda serviram de resposta.

Não, não pretendemos parar por aqui. E não, também não estamos aqui para representar ninguém, principalmente partidos e/ou empresas, mas sim para ter uma tentativa de mostrar que é possível SIM que cada um se faça ser ouvido, mas para isso é preciso se mobilizar, se unir, se organizar.

O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.” Martin Luther King


Panfleto e Cartazes do Ato na re-inauguração da Praça da Matriz de Tatuí, dia 8/12/2011

Tatuianos, vocês notaram que essa obra demorou mais do que devia para ser concluída?
Pois é, podemos sugerir várias explicações para isto, logo teremos que escolher um novo prefeito para nossa cidade e, se permitirem, outros vereadores. Todo este atraso é exagerado e aparenta estratégia política, visando estas eleições, e sim meu caro, é seu voto que eles querem fisgar!
Você contribuinte, quero que imagine todo o seu salário e saiba que nós trabalhamos, em média, 4 meses por ano, somente para pagar impostos, os quais deveriam ser investidos em saúde, transportes, EDUCAÇÃO, entre outras coisas essenciais para o nosso bem-estar.
Reformas nesta praça são rotineiras (Borsatto, Veio Quevedo e outros usaram a mesma estratégia). Esta está excedendo o prazo, usou verba federal, enviada pelo ministério do Turismo (do já afastado Vacarezza), enquanto alguns bairros de Tatuí não têm nem calçadas (Jardim América), a maternidade permanece em reforma... e as quadras de tennis? Paradas!
Agora quero que se lembre do seu salário, em oito meses gastaram 800 mil para, basicamente, colocar lajota e destruir o antigo coreto. Você mais que ninguém sabe o valor de seu suor.
Vale ressaltar que a empresa Camargo LTDA próxima ao prefeito venceu a licitação e está comandando esta reforma, tirem suas próprias conclusões perante a isto...
Chegou a hora de dizer por que estamos aqui, podemos observar que em todo o mundo, a população está começando a se revoltar contra seus opressores Egito, Líbia,Chile EUA, e outros países, este espírito de conformismo está morrendo aos poucos, e queremos você, conscientizado, ao nosso lado, para que possamos de alguma forma, juntos, mudar nossa realidade, e construir uma sociedade mais justa e igualitária!
Nossa arma é nossa Voz - Coletivo ÁGORAS

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Estamira se vai e nós... ficamos.

Estamira, presente!
Por César Fernandes, de Curitiba

No dia 27 de julho, Estamira Gomes de Souza, mulher negra da classe trabalhadora, catadora de lixo no Aterro do Gramacho (Rio de Janeiro) nasceu ao contrário. Tinha 72 anos e morreu cansada, mal cuidada e principalmente: não ouvida (paradoxalmente tão escutada no mundo inteiro). A protagonista do filme que leva seu nome, dirigido por Marcos Prado e lançado em 2004 agonizou por horas no Hospital Miguel Couto, na Gávea, desassistida pelo SUS e incapaz – como a imensa maioria dos trabalhadores – de comprar sua assistência em um hospital particular.

Os trocadilos apontam que a razão de sua morte se chama 'septicemia', uma infecção generalizada. Poderiam dizer que por ter transtornos mentais, Estamira deveria ter sido assistida em um asilo, ou um hospital/hospício psiquiátrico para que de lá não saísse e morresse em paz, longe do lixo, das moscas, longe da família, longe daquele mar que lhe era tão importante. Do outro lado, os que acreditam cegamente nos governos, acreditam que a construção da rede de atenção psicossocial substitutiva à lógica manicomial está consolidada, amplificada e atuante. Não desconsideramos os avanços da instalação da rede, determinada pela lei 10216/2001. Mas, como Estamira nos alertou: existe esperteza ao contrário, não inocência.

De toda forma, Estamira passou sua vida em pé, trabalhando, replicando sua existência dentro dum lixão, desatenta aos levantes manicomiais de empresários-da-saúde-mental que discorrem trocadilos sobre técnicas arcaicas repaginadas, assistência integral, novos medicamentos, cuspindo cifras.. Alheia aos professores de Psicologia que passam o filme nas aulas e todos saem das salas com mal estar, surpresos, com pena. No ano que vem, uma nova turma assistirá sua história. Tudo bem: esta arte nos permite a distância, a contemplação, o não envolver-se e o não implicar-se.

Escutamos Estamira e observamos mais uma que sofre numa massa de trabalhadores negros, homens e mulheres que apodrecem todos os dias. Estamira é apenas mais uma entre os milhares de loucos da classe trabalhadora que já não valem mais nada ao sistema do capital e que por isto – e só por isto – são jogados no lixo para se confundirem ao inútil e ao descuido nos aterros e favelas do país.

O cinismo deste sistema traveste seu discurso delirante, denunciativo, agressivo e violento em “poesia”, “uma forma atípica de expressão”, “obra de arte”. Esta forma de arte não nos importa. Não queremos lembrar de Estamira apenas quando seu filme recebe mais um prêmio internacional. Acreditamos que não basta lamentar sua morte em cento e quarenta caracteres, num pio. Reivindicamos a vida e obra produzida ao longo dos dias de vida de Estamira. Com todos os seus direitos humanos negados, todos os serviços de saúde de má qualidade, sua péssima condição de moradia, seu trabalho precarizado, a educação negada. Seus e de todos os trabalhadores.

Não nos interessa a mera constatação de que algo vai errado. Interessa a luta pela efetividade da atenção à saúde mental no Brasil. Interessa a consolidação de equipes multidisplinares, a efetivação da Reforma Psiquiátrica, a redução de danos, a porta aberta nos equipamentos, a defesa intransigente de uma vida digna e sem desigualdade social para todos os trabalhadores. Lutando, honramos Estamira e todos os seus irmãos e companheiros desconhecidos, que nunca estrelarão um filme mas que também querem visitar o mar.

Estamira! Mulher negra, resistente, trabalhadora!

Presente!

César Fernandes é psicólogo militante da luta contra os manicômios e pela construção do socialismo.
 [retirado de: http://oqueliepostei.blogspot.com/]