Qualquer identidade - identidade nacional, pessoal, de grupo, etc - depende desse processo de esquecimento.Isso denota que nada se começa, mas se continua e se complexifica.
Lembrei de algumas personalidades... lembrei do José Dirceu, concorrendo à presidência da UNE, no famoso congresso de Ibiúna - quem era, e quem é hoje? Lembrei do Lula, o que perdeu o dedo, quem era, quem é? Mesmo o FHC, basta uma leve puxada em seu histórico, e vemos que as pessoas mudam, só não sabemos se felizmente ou infelizmente.
Será que Che teria mudado?
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Comportamos quantos Chronos até estabilizarmos num Zeus? Será que existe um Zeus? Nos arrependeremos do que fomos ontem, apenas para termos o que comer hoje?
O conformismo é um encaixe?
Vamos envelhecendo e vamos mudando de opinião? é uma conformação ou uma confirmação? estamos nos perdendo dentro de nós mesmos ou o mundo está nos diluindo? quando saberemos que não vamos nos arrepender mais do que dissemos ontem?
Coerência não se propõe do futuro pro passado, mas do passado pro presente. A vida não acaba num belo dia de domingo e daí você não aprende mais nada e passa a ser um bloco intransmutável de conhecimento - ainda bem. Mas uma coisa é continuar vivendo, aprendendo, discutindo e mudando, e outra coisa é se arrepender da mundança.
Sem ela, não se seria como é, nem se estaria a um passo do que vai ser.
Proponho a construção de uma identidade baseada na responsabilidade pelo que se foi. Pela lembrança constante do que se disse; pelo posicionamento frente a vida e às idéias. Proponho que mudemos sim, mas que tenhamos respeito pelo passado e pelo processo de construção pelo qual passamos sempre.
mutatis mutandis.
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