quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Wikileaks - o que é, para quê(m) serve.


     Pessoal, muitos não conhecem a importância do WIKILEAKS, que neste momento está tendo grande difusão por causa tanto da divulgação de 250.000 documentos secretos que envolvem diretamente governos como o dos EUA, quanto pela prisão do redator-chefe do wikileaks, JULIAN ASSANGE. pois bem.

     Pensei em fazer um pequeno artigo sobre tudo isso, mas, encontrei um texto do próprio Assange que explica mto bem a missão do WIKILEAKS, e convido vocês a lerem alguns trechos:

 Cresci numa cidade rural de Queensland, onde as pessoas diziam o que lhes ia na alma de forma franca. Desconfiavam dum governo grande, como algo que pode ser corrompido se não for vigiado cuidadosamente. Os dias negros da corrupção no governo de Queensland, antes do inquérito Fitzgerald, são testemunho do que acontece quando os políticos amordaçam os meios de comunicação para não informarem a verdade.

Essas coisas calaram-me fundo. A WikiLeaks foi criada em torno desses valores centrais. A ideia, concebida na Austrália, era usar tecnologias Internet em novas formas de informar a verdade.

A WikiLeaks cunhou um novo tipo do jornalismo: o jornalismo científico. Trabalhamos com outros serviços informativos para trazer as notícias às pessoas, mas também para provar que é verdade. O jornalismo científico permite-nos ler uma história nas notícias, a seguir clicar online para ver o documento original em que é baseada. Dessa forma podemos ajuizar por nós mesmos: a história é verdadeira? O jornalista informou-nos com precisão?

As sociedades democráticas precisam de meios de comunicação fortes e a WikiLeaks é uma parte desses meios. Os meios de comunicação ajudam a que o governo se mantenha honesto. A WikiLeaks revelou algumas verdades difíceis sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão e sobre histórias incompletas da corrupção corporativa. [...]
Sempre que a WikiLeaks publica a verdade sobre abusos cometidos por agências dos Estados Unidos, os políticos australianos entoam um coro provavelmente falso com o Departamento de Estado: “Vai arriscar vidas! Segurança nacional! Vai pôr as tropas em perigo!” Depois dizem que não há nada importante no que a WikiLeaks publica. Não podem ser verdade ambas as coisas. Qual delas é?
Não é nenhuma. A WikiLeaks tem uma história de publicação com quatro anos. Durante esse tempo mudámos governos inteiros, mas nem uma pessoa, que se saiba, foi mal-tratada. Mas os EUA, com a conivência do governo australiano, mataram milhares só nestes últimos meses. [...]
Mas as nossas publicações estão longe de não ser importantes. Os telegramas diplomáticos dos Estados Unidos revelam alguns factos alarmantes:

– Os EUA pediram aos seus diplomatas que roubassem material humano pessoal e informação a funcionários da ONU e a grupos de direitos humanos, incluindo ADN, impressões digitais, exames de íris, números de cartão de crédito, senhas de Internet e fotos de identificação numa violação de tratados internacionais. Os diplomatas australianos da ONU presumivelmente podem ser visados também.

– O rei Abdullah da Arábia Saudita pediu que os representantes dos Estados Unidos na Jordânia e no Bahrain exigissem que o programa nuclear do Irão fosse detido por qualquer meio disponível.

– O inquérito britânico sobre o Iraque foi ajustado para proteger os “interesses dos Estados Unidos”.

– A Suécia é um membro encoberto da NATO e a partilha de informação de espionagem é escondida do parlamento.

– Os EUA estão a jogar duro para conseguir que outros países recebam detidos libertados da Baía Guantánamo. Barack Obama aceitou encontrar-se com o Presidente Esloveno apenas se a Eslovénia recebesse um preso. Ao nosso vizinho do Pacífico Kiribati foram oferecidos milhões de dólares para aceitar detidos.

Na sentença que se tornou um marco sobre o caso dos Documentos do Pentágono, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos disse que “só uma imprensa livre e sem restrições pode expor eficazmente as fraudes do governo”. A tempestade que gira hoje em volta da WikiLeaks reforça a necessidade de defender o direito de todos os meios de comunicação a revelar a verdade.

o texto integral se encontra nesse site, o qual estou colocando nos links relacionados: http://liberdadeparaassange.noblogs.org/ peço que divulguem o máximo possível.

Para aqueles que estiverem em SÃO PAULO, fica a dica:
Por favor, divulguem à exaustão!

2 comentários:

  1. Pois é...

    Tive o prazer de ter aula com um grande homem que, apesar de ser do tempo onde a difusão de informação era feita através de rádios piratas, ressaltava em suas aulas a ARMA que a internet poderia se tornar para aqueles que soubessem utilizá-la. Que esta é um espaço aberto onde se pode encontrar de tudo e se pode difundir de tudo.
    A internet pode e deve servir ao cidadão comum e é por isso que as futilidades (como orkut, msn e redes sociais de modo geral)são difundidas e incentivadas, para que o cidadão não veja wikileaks, não saiba de operações assassinas contra civis afegãos, mas saiba que fulano de tal que estudou junto na terceira série cortou o cabelo.

    Por um lado, essa ação da Interpol foi um tiro no pé, fez uma propaganda que a Wikileaks não teria em 10 anos, por outro, quando fechamos o foco um pouco mais para o nosso dia a dia, fez com que todos nós esquecessemos da "operação serra pelada" que está sendo executada no Rio de Janeiro, onde, cada dia que passa mais e mais denuncias de abuso policial são feitas, mas agora, ta toda a mídia ocupada demais com a Wikileaks pra dar bola pra essas coisas....

    Aproveitemos da internet, mas não deixemos que esta se torne nosso ópio.

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  2. e eu que cheguei a pensar que esse papo de incriminar revolucionários por "falarem demais" era coisa da ditadura...

    Ou, talvez, realmente seja.

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