terça-feira, 22 de novembro de 2011

Far West brasileiro II - A caçada continua

Foto Genérica de Índios, usada para sensacionalismo e geradora da  discussão

Esperamos que esta foto SEJA de Guaranís-Kaiowás

Diário Liberdade - São Paulo, 21 de novembro de 2011, 19:25hs. O Tribunal Popular está em contato direto com lideranças indigenas no Estado do Mato Grosso do Sul e recebeu denúncia urgente que pode resultar no assassinato de caciques na região.

A empresa de segurança privada SEPRIVA ((67) 3423-8796), com sede em Dourados (MS), foi contratada pelos fazendeiros da região de Dourados para exterminar os Guarani-Kaiowá, que lutam pela demarcação das terras indígenas. Segundo informações que acabamos de receber diretamente da região, existe uma lista das lideranças Guarani Kaiowá para matar imediatamente e são eles: Cacique Ládio, vereador Otoniel (PT), Cacique Ambrosio, Cacique Carlitos.

A pior situação é do Cacique Ládio, que está sendo caçado nesse exato momento na zona rural do município de Júti, a mando do fazendeiro Jacinto Honorio da Silva, mandante do assassinato do Cacique Marcos Veron (pai do Ládio). Os jagunços da SEPRIVA estão indo em direção a aldeia Taquara afirmando que irão matar o Cacique Ládio Veron ainda hoje.

Segundo informações, a Policia Federal mandou 3 policiais para enfrentar os 50 jagunços da Sepriva e voltaram correndo com a situação.


MAIORES INFORMAÇÕES:
Givanildo Manoel - Militante do Tribunal Popular em São Paulo: (11) 7691-8763
V. (nome omitido a pedido do mesmo) - Liderança indígena Guarani-Kaiowá na região de Dourados: (67) 9638-0565

11 comentários:

  1. aí tem gente que fala "cadê o Estado que não protege os indígenas?? são parte da cultura nacional!"

    "ledo engano"...

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  2. Se não estou enganada as crianças dessa foto são Kayapós e vivem no Pará.

    É arriscado postar fotos genéricas de índios, para se referir a uma etnia específica, porque cada grupo é muito diferente e precisamos quebrar o mito de que indígenas que não se pintam e que vivem foram das florestas não são mais indígenas.

    Esse imaginário é perigoso principalmente no Mato Grosso do Sul, onde os indígenas estão próximos da cidade e já vivenciam problemas do "branco", como alcoolismo, violência, desemprego, etc. Essa aproximação geralmente é usada como argumento de que eles deixaram de ser índio e por isso não precisam ter suas terras demarcadas.

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  3. ótimas observações Aldrey.
    nunca me aprofundei nas diferenciações entre os índios (nem me recordo de terem proposto isso na faculdade de historia), mas sua observação é importantíssima principalmente considerando o que você coloca em seguida - o fato de que muitas etnias indígenas estarem num ponto intermediário entre sua cultura original e a "civilização ocidental" (hauhau adoro esse termo). Não deixam de ser índios por isso, e não deixam de ter direito às suas terras.
    aliás, quanta barbaridade nesse sentido já não ouvi de "gente comum" (sou diferenciado, huahuaha), dizendo que índio não é gente, é bicho, ou ainda que índio tem que parar de encher o saco e voltar pro mato... alguém falou em "civilização ocidental"?

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  4. Gostaria de ressaltar que não existe uma cultura original tampouco um ponto intermediário entre uma original e a outra. Os processos de contato entre culturas sempre existiu e a nossa sociedade ocidental é um exemplo otimo disso ao verificarmos as multiplas influencias que a formam e mesmo assim não deixamos de ser ocidentais. Concordo com o que vocês escreveram, só gostaria de ressaltar essa questão.

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  5. Felipe, fato, tem razão. A gente tem essa mania besta de simplificar as coisas e acaba falando tudo pela metade, ou mesmo esquecendo as coisas mais importantes.
    Mas uma coisa que podíamos pensar é até que ponto uma cultura indígena (que não é boa nem má) se "degrada" quando entra na lógica da "civilização ocidental"... estamos vendo processos assim há 500 e poucos anos, e me parece evidente que a palavra "degradação" é bem aplicada quando retrata os efeitos da mistura de uma cultura destruidora como a nossa, com qualquer outra.
    sei lá, podíamos pensar nisso.

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  6. Peço desculpas sinceras pela imagem. RETIRADA - Se alguém puder enviar uma imagem "dos índios certos", agradeço imensamente.

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  7. Taz, desculpa acho estranho chama-lo de Tio Taz. Veja lá, não há cultura degradente, nem boas e mas. De certo, as nações indígenas, se é que eu posso aplicar esse termo "nação", vem sofrendo sim, mas pela ação do homem que mata e os retira de sua terra, sem sequer tentar criar um diálogo com eles. Neste caso, podemos chamar a nossa cultura de degradante, que não respeitam as culturas locais. Os indígenas por outro lado, também não são anjos, não é uma guerra entre anjos e demônios, eles também sabem se colocar. Assim como acho estranho desterra-los também acho muito estranho querer coloca-los em sua própria luta como fazemos nós e ai eu me pergunto "será que ao fazer isso, não incorremos nos meus erros que quem mata e desterra?" é uma questão a se pensar. Saracino, não retire a foto, foi interessante o debate por ela sucitado, se alguém mandar a foto "certa", coloca as duas e aí a gente brinca do jogo dos sete erros e assim procuramos ver o que há de diferentes em grupos sociais que consideramos homogêneos e denominamos como "indígena".

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  8. Saracino,

    A foto certa? Ai que difícil. Os Guaranis se dividiram em tantos subgrupos que eu, como leiga no assunto, não poderia dar certeza.

    Só nos resta que as buscas de imagens por Kaiowá-Guarani seja a correta. =]
    http://www.ojornalweb.com/wp-content/uploads/2011/11/Guarani-Kaiowa-MS-21.jpg

    Tem um vídeo que mostra a situação dos acampamentos que foram atacados:
    http://www.youtube.com/watch?v=BX9iEr1EvmU&feature=player_embedded

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  9. É até acho uma boa idéia essa do Felipe de deixar as duas fotos, já que foi isso que gerou todo o debate. Só precisa de uma legenda explicando...

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  10. Eu concordo com a ideia sobre as duas fotos, principalmente pelo fato de que não só a discussão dos comentários é significativa, como a constante re-construção do post a partir dela também é. Por sinal é algo que vale a pena retomar.

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  11. Pronto, coloquei as duas fotos e assisti ao vídeo, que será utilizado em outra postagem sobre o tema!

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