sexta-feira, 24 de junho de 2011

Combatamos o nazi-fascismo! Anarcopunknoticias

http://anarcopunknoticias.blogspot.com/

" Combatamos o nazi-fascismo!

Declaramos [este é um texto do blog anarcopunknoticias  ] aqui nosso repúdio à agressão racista e intolerante de 4 companheiros por este grupo de skinheads, lembrando ainda que este não é um fato isolado, somando-se a ele centenas de casos semelhantes que acontecem há anos com assustadora frequência não só na cidade de São Paulo mas no mundo inteiro, provocando mortes, espancamentos, e danos diversos.
Frisamos que este acontecimento não pode de forma alguma ser pensado como uma “briga entre gangues”, como muitas vezes a imprensa costuma noticiar tais agressões. Faz-se necessário politizar e problematizar estas agressões, e deixar de lado a idéia de que a ação destes grupos skinheads se limita a uma inofensiva briga de jovens.
Pensar desta forma é fechar os olhos para as centenas de casos de homossexuais, negros/as, nordestinos/as, imigrantes, punks e outros tantos grupos que já sofreram agressões semelhantes; é fechar os olhos para a crescente onda nazi-fascista que tem levado inclusive a juventude de classe média paulistana a organizar manifestos contra nordestinos/as ou mesmo a recente organização de um ato de cunho xenófobo pela extradição de Casare Batisti; é esquecer os grupos fascistas que maquiam seu discurso para ingressar na política e fazer valer seus ideais intolerantes.
Segundo informações divulgadas pela policia, existem milhares de indivíduos envolvidos em movimentações neonazistas já identificados em São Paulo. Porém nada é feito de forma efetiva e concreta, e tais indivíduos e grupos permanecem agredindo pessoas sem que nenhuma atitude seja tomada pela sociedade.
Essa nota não se limita apenas a essa agressão, mas diz respeito a todas as agressões e práticas neonazistas que ainda existem - seja elas por vias violentas ou institucionais - e devem ser combatidas. Busca chamar a atenção para algo que sofremos há muito tempo: a violência intolerante e fascista!
Os casos de agressão a negros, homossexuais e imigrantes vem crescendo assustadoramente. Podemos encontrar sites, perfis de comunidades sociais na internet, e em muitos bairros da cidade indícios da existência desses grupos. Podemos encontrar no rosto, no corpo e nas mentes de nossos irmãos e até de nós mesmos as cicatrizes dessa violência. Podemos encontra na conivência e na omissão por parte do Estado e dos órgãos de “segurança” o terreno fértil para a proliferação destes grupos.
A intolerância faz parte da lógica explorador X explorado, serve para tentar nos reduzir, serve para nos coagir para que nos encaremos enquanto inferiores, serve para deixarmos no passado as agressões que já existiram e torcer pra que não soframos mais.
Essa nota tem a intenção contrária, serve para nos lembrar que somos fortes, e resistimos até agora a toda essa violência, para lembrarmos que juntos podemos construir novos alicerces baseados no respeito, no apoio mútuo e na diversidade.
Serve pra nos lembrar que, se somos atacados é porque somos um perigo para esses grupos e para essas idéias, e para lembrarmos que nenhuma agressão intolerante será tolerada e esquecida.
Somos zumbi, somos os/as camelôs, somos os/as moradores/as de rua, somos Edson Neris, somos rappers, punks, somos homossexuais, imigrantes, negros/as, amarelos/as, vermelhos/as, brancos/as e nosso colorido pode sobrepor e combater essa violência!
Com esta carta fazemos um chamado a todos/as que de alguma forma se indignam com esta realidade, para que possamos combatê-la juntos/as, das mais diversas formas e nos mais diversos meios! Nos colocamos à disposição para contatos, atuações conjuntas e tudo o que possa fortificar a luta contra o racismo, a xenofobia, a homofobia e toda forma de intolerância nazi-fascista!
A Luta Contra o Fascismo é a Luta pela Liberdade!
> Movimento Anarco Punk de São Paulo
Cx. Postal 1677 CEP 01032-970 SP/SP | map.sp@anarcopunk.org
> Anarcopunk.org | info@anarcopunk.org


15 comentários:

  1. [tio.taz] O que é o senso comum senão aquilo que a grande mídia impõe que seja? Entre tantos canais de televisão a gente só fica com a merda do cotidiano... enquanto isso os filhinhos de papai que não sabem picas de nada ficam na internet procurando fotinha do hitler e do mussolini, se achando ariano, e lambendo botas imaginárias. sozinhos são umas galinhas, só põe o jiu-jitsu de fim de semana qdo tão com os amiguinhos - que aliás, usam uns aos outros fazendo questão de pisar quando o outro precisa... Só conseguem pensar violentamente porque não sabem conversar, seu objetivo é dominar - então pra que perder tempo com blábláblá se tudo vai acabar em soco inglês que papai deu de aniversário?

    bom texto, boa divulga, é isso aí.

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  2. Só tomem cuidado com a veiculação do nome "skinhead" que em sua origem não tem nada de violência e nenhuma relação com o neonazismo, aliás começou principalmente com negros jamaicanos. A mídia já faz seu papel errado de divulgar com nomes errados, e nós agora vamos participar disso?? O Skinhead não é isso! Neonazista sim!

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  3. [tio.taz] pois é, e muitos neonazis fazem questão de bagunçar ainda mais os conceitos em torno de skinhead... logo, cuidado triplicado! No caso do texto, penso que por se tratar de um grupo anarkopunk publicando, sabem o que estão dizendo. Tem muito nazi que é skin, mas nem todo skin é nazi...

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  4. Não sei se por se tratar de anarcopunks eles sabem o que dizem, já conheci muito anarcopunk (ou que diz ser) que não ve diferença entre os termos. E o punk poderia ser mais coerente em diferenciar os termos pois o mov. punk sofre o mesmo tipo de preconceito.

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  5. [tio.taz] Talvez não interesse ao movimento punk diferenciar os termos melhor (se o motivo for o preconceito da sociedade / e já que os termos estão mais ou menos consolidados entre as "tribos") ainda mais se pegarmos historicamente a motivação do "ser" punk. Mas isso não vem ao caso.

    Concordo com o fato de não só por serem anarcopunks saibam o que estão dizendo, mas devo dizer ainda que seus comentários fazem refletir bastante sobre a questão, e que seria interessante que fosse no site deles também repudiar o uso indiscriminado do termo skinhead.

    E repito o que eu disse: muitos nazis são skin, mas nem todo skin é nazi. Aí fica difícil diferenciar perante a sociedade...

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  6. Pq fica difícil diferenciar? Pela aparência talvez? Existem punks pacíficos e punks violentos, existem terno e gravata honestos e desonestos. É difícil fazer diferenciação entre qualquer ser humano, não só quando se usa nomenclaturas. Concordo que é difícil fazer a diferenciação neste caso, ainda mais quando a mídia divulga de forma errada e aí é difícil competir com o Jornal Nacional ou com a Veja. Mas a minha inquietação neste caso é ver um termo usado de forma errada num blog que tem um mínino de consciência sobre estas questões. A discussão tá boa!!

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  7. Concordo com a Bah qdo diz da importancia da diferenciação dos termos neste blog... afinal, aqueles que jogam tudo em uma mesma vala comum estão todos os dias na televisão... não precisamos fazer isso tb...

    Daí fazer associação entre skinhead e nazista (não que não exista skinhead-nazista), não custa nada fazer entre feminismo e femismo e por aí vai...

    Amanda.

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  8. [tio.taz] quando eu disse "muitos nazis são skin, mas nem todo skin é nazi. Aí fica difícil diferenciar perante a sociedade" é justamente no sentido de a sociedade estar confusa (e pq não dizer'nem aí') com os termos que a mídia ainda faz questão de complicar. Para piorar, ainda dentro do mov. skin tem nazis - que aliás fazem questão de se confundir com o termo e propagandeam-se enquanto tais via ação direta inclusive. Daí o "fica difícil".

    No caso do blog, eu diria que estamos falando conosco e deixando que justo no blog de onde foi tirado o texto (o anarkopunknoticias) mantenha o termo.

    quanto ao "Daí fazer associação entre skinhead e nazista (não que não exista skinhead-nazista), não custa nada fazer entre feminismo e femismo e por aí vai..."... não vou nem comentar.

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  9. Quanto ao outro blog, preferi não comentar lá por ser outra língua, que embora seja de fácil entendimento, não tenho domínio e não saberia expor de maneira que eles entendam.
    Entendo perfeitamente sua posição taz, e acho que o que eu tinha pra falar já foi dito. Abraços!

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  10. É justamente isso... no sentido de a sociedade estar confusa...

    É fato que muitas pessoas que não tem conhecimento sobre o tema continuam fazendo associações errôneas.
    Por isso fiz a associação com o feminismo... ou todo mundo aqui acha que a sociedade (peraí, a sociedade não somos nós??) sabe a diferença entre feminismo e femismo??
    por isso eu creio que os termos devem ser explicados...

    É isso.
    Amanda.

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  11. acabei colocando um comentário lá tbm, pode ficar feliz agora, taz. haha

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  12. Que bacana gente. Achei muito legal o debate ai.
    Bom, tamanha era minha "buscansia" por me contrapor a visão esteriotipada de punk/anarquista igual a jovem(homem-hetero)-violento, que quando achei essa parte ai, achei tão adequado, que nem me aventou essa parte de esteriotipo até em relação ao termo skinhead. Gostei do punk fazendo simbolo de "paz e amor", gostei deles terem colocado uma imagem sobre as coisas no Chile e contra a discriminação sexista/"racista" e etc.
    É, a gente se especializa tanto, mas tanto na "educação", escolhe um tema e fica nisso, se fecha num "facho", num rumo de pensamentos, achando que está ali, aquilo é a luz no fim do tunel... A gente vai condicionando os raciocinios pelas nossas lentes . Dificil, dificil descondicionar as sintaxes neurológicas. Mas creio que há várias luzes nos fins dos tuneis, pode ser que a gente queira sair desse maniqueismo de "luz vs trevas"
    etnocentrista...
    Isso tudo pra dizer que "não tinha nem ideia de que skinhead" vinha disso. hahahahahhaha sério mesmo! ("que poser! Pseudo-subversiva...", estudei em escola pública gente hahahah sério! "Isso não é desculpa não! A internet tá ai! Pesquisa no pai dos burros : Google... estou aprendendo ainda sobre esse mundo subversivo... quando eu tiver uns 80 anos, eu vou ser uma véinha punk das boa! hahahahah) Ignorâncias nossas de cada dia. Ainda bem que eu postei(bostei) isso ai, então. Ainda acho que o texto vale a pena, com as devidas ressalvas.
    E já deixo aqui minhas sinceras considerações de contentamento pela participação atenciosa d@ Barata e d@ Natureza Artificial. Acho que dá mesmo pra fazermos uns debates Fódas!!! Vou fuçar mais os blogs por ai. Achei muito legal o " A culpa é da mulher, óbvio!", mas tenho o problema de não conseguir enviar comentários. Até no Krisis aqui, pra eu enviar algo, tenho que mandar pra alguém postar pra mim dai do Brasil. Pode ser burrice minha também, mas já tentei em vários pcs diferentes, com login diferente e nada!
    Então, estou fuçando, estou lendo, estou curtindo, estou aprendendo, estou falando e falando e falando; e estou pensando em pedir livros no Natureza Artificial... hahahah Valeu gente!
    [Maria]

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  13. estudei em escola pública gente hahahah sério! "Isso não é desculpa não! A internet tá ai! Pesquisa no pai dos burros : Google...

    Pois é, estudei em escola pública tbm, aprendi que mulheres feministas eram aquelas que gostavam de se maquiar e se sentir bonitas. Ainda bem que não temos somente esta forma de conhecer e entender as coisas.

    Natureza Artificial e Barata é a mesma pessoa rsrs e fiquei contente de ler o comentário acima. Vou deixar meu e-mail aqui caso queira algum livro e não conseguir postar lá: ariely.barata@gmail.com

    Abraços!!

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  14. não usei a escola pública como desculpa, soltei o comentário em parte como piada, tirando com a minha própria cara e problematizando a situação de uma educação limitadora, que nos prende num cercadinho de concepções básicas sobre a vida e o mundo, numa superficialidade de conversinhas triviais. O fato de a internet estar ai não garante informação, não garante saber usar os recursos que ela possibilita... a exclusão digital existe. E a diferença entre o modo fluido como nossas gereções nos 90 e primeira decada de 2000 usam os aparatos eletrônicos é muito grande quando comparada com noss@s mães/pais/avós... (há muitas excessões, mas dá um celular pra uma pessoa de 60 anos e um para uma criança de 6 anos hoje... @ idos@ talvez até pede um manual e vai digitar com dificuldade... ou não?)

    "A informação tá ai, não usa quem não quer!", na internet tem muito dado e pouca informação, pouco conhecimento, pouca discussão profunda... vivemos mesmo numa época da produção em massa e em série (até acadêmica... é a ditadura do CURRICULO LATTES e do casal gay google/wikipedia...). E é tão simplista esse argumento, porque se eu nunca ouvi falar de uma coisa, se eu nem imagino que ela exista, como é que eu vou procurar e buscar algo ? É possível, mas é provável?É isso que nossa educação faz com a gente.
    Você por seus interesses/condições de vida pessoais sabe de onde vem o termo "skinhead", mas e se eu tivesse soltado uma merda/groselha sobre a Mongólia/Yemen/Alto Carabaque/Andorra/Brúnei/Burquina Faso
    Burúndi/Butão... você ia saber corrigir? Eu posso até procurar sobre isso na internet, mas o que eu vou encontrar provavelmente é pouco e esteriotipado... é muito diferente de estudar isso na escola, discutir, saber o idioma, conversar com alguém que veio desses lugares.A gente sabe pouco sobre o Oriente, seguimos nessa conversinha de feudalismo, grandes navegações, Iluminismo, Revoluções Burguesas, Guerras Mundiais, Guerra Fria... e nem sobre isso sabemos tanto assim.

    Não estou me defendendo, estou problematizando a discussão. Acho até que a gente precisa levar umas voadoras mesmo constantemente, pra sair das áreas de conforto. É massa demais quando aparece alguém e fala "você tá falando merda!", 'não é bem assim não viu!", porque ai a gente tem que por a retórica pra funcionar e buscar informações.

    Acabei encontrando isso semana passada, http://www.freewebs.com/sharpbrasil/ Sharps do Brasil, um site que já não é mais atualizado desde 2007. Não tem muita coisa ai, eu queria baixar "Skins anti-fascismo" na parte "textos variados", mas não tá funcionando. Vou deixar ai a indicação pela coincidência de encontrar sem estar procurando... e por elXs colocarem ai "SKINHEADS CONTRA O PRECONCEITO RACIAL"... Deve ter outras ativas e com mais conteudo, se você quiser indicar alguma... tá cheio de contradições (eu acho), mas fica ai pra problematizar mais a coisa... nem todo mundo que se vê/fala/entende/explica como um rótulo (punk, skin, anarko, hippie...), se vê/fala/entende/explica do mesmo jeito... A gente já é tão rotulado, que ficar se fechando intrasigentemente num "eu gosto de newmetal e só falo com gente que gosta de newmetal..." me parece um disperdicio. Estou mais pelas trocas entre culturas/gostos distintos, estou mais para as misturas e saladas e temperos; que para os "pre-conceitos" carnivoros/carnificentos/carniceiros por ai.

    [Maria]

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  15. outro link ai sobre a discussão anarko/punk/skinhead...
    http://rash-sp.blogspot.com/2011/06/panfletagem-15-parada-gay-de-sp.html

    "quarta-feira, 29 de junho de 2011
    Panfletagem 15ª Parada Gay de SP - 26/06/2011


    Mostrar publicamente e descontruir o estereótipo que skinhead é sinônimo de indivíduos carregados de preconceitos, é o objetivo de qualquer grupo de skins antifascistas organizados. Porém a RASH-SP não está nessa apenas para limpar a barra dos verdadeiros skinheads, mas também, mostrar que somos um coletivo com conteúdo, e não deixando de lado nossas raízes operárias e nos tornando apenas mais uma crew nas ruas. A nossa luta é antifascista, é contra o capitalismo e todos os seus males: o racismo, a xenofobia, o machismo e a homofobia.

    Dessa forma, marcamos presença na 15ª edição da Parada Gay (Parada LGBT) da cidade de São Paulo, juntamente com nossos camaradas punks antifascistas, com o principal objetivo de difundir a nossa opinião sobre os rumos da luta contra a homofobia em nossa cidade. O texto distribuído na Parada foi o mesmo do post anterior desse blog".

    [Maria]

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