segunda-feira, 11 de julho de 2011

Um pouco do que pode ser feito no "mundo" virtual...O que é trabalho pra você?

Esta publicação também se encontra no Blog NATUREZA ARTIFICIAL, mais especificamente neste link, e foi resultado de uma Nota de discussão no Facebook


http://naturezaartificial.blogspot.com/2011/07/como-aproveitar-o-ocio-virtual.html

Gabriel Narkevicius
O que é trabalho pra você? (sim, pra você mesmo que está lendo isso nesse exato momento!)


Ariely Stefan
Trabalho no sentido emprego?


Gabriel Narkevicius
Principalmente! O que significa ter um emprego pra alguem, com tudo que existe atrelado a ele


Ariely Stefan
Vejo como uma escravidão pré determinada e uma espécie de prisão que nos priva muitas vezes de nossa liberdade (o que é liberdade?) e que na maioria das vezes nos faz passar por cima de muitas crenças (não no sentido metafísico, no sentido real) pra que possamos assim apenas sobreviver (e não viver)


Gabriel Narkevicius
Concordo plenamente... nos vemos atrelados a uma prática que supostamente é a que mantém a possibilidade de qualidade de vida, mas nos esquecemos que os meios de conseguir qualidade d vida são postos para nós, e não construidos conjuntamente, o que resulta até mesmo na pergunta: "o que é essa tal qualidade de vida que nos falam?"


Ariely Stefan
Como falar em qualidade de vida coexistindo com a questão do emprego, que é uma questão unicamente voltada ao acúmulo de capital??? Não consigo pensar me fábricas, empresas, multinacionais que não passam por cima do ser humano e seus direitos básicos, do meio ambiente e toda forma de exploração da mesma, transformação do natural (e isso inclui até os seres humanos e animais) em artificial...E como única, ou talvez mais viável/fácil alternativa acabamos nos entregando à essa forma de vida que é tão banal!


Gabriel Narkevicius
Pois é, a qualidade de vida depende de um pedaço de papel verde, que deveria ser no máximo uma peça do tabuleiro jogado por nós, mas na verdade houve uma inversão... projetamos a responsabilidade política (com impostos), social (com doação) e de vida (com o consumo rápido e efemero) para algo não-humano...


Ariely Stefan
Eu nunca gosto de participar de uma discussão sem que se discuta a solução pra questão. Agora te pergunto: o que fazer diante dessa imposição? Aliás, vou socializar a discussão (roubar na cara dura mesmo)


Gabriel Narkevicius:
Aí vem o calo... não sei... principalmente pq eu acho que é algo que deve ser reconstruido a partir das próprias vivencias das pessoas, e elas variam (apesar de existirem padroes de comportamento e mentalidade). É algo que não acredito que ...Ver mais


Ariely Stefan:
Só tenho minhas dúvidas se essas discussões existem de forma transformadora e se elas geram algum tipo de mudança (descrença no mundo).


Gabriel Narkevicius:
Eu tenho TODAS minhas dúvidas em relação a isso... na realidade eu não espero que o mundo vá mudar um dia... Ainda mais pq ele caminha pro contrário, mas isso nao impede que deixemos de tentar... já que usam o Face pra tanta coisa banal, pq não tentar algo produtivo ahuuhahuahuhua


Ariely Stefan:
O foda é o que o "produtivo" é extremamente subjetivo.


Gabriel Narkevicius:
concordo... resta ver se o nosso "produtivo" possa ter uma boa projeção


Ariely Stefan:
Ou se o nosso produtivo é realmente produtivo ahsuauhsuahs Afinal, o que é ser produtivo?


Gabriel Narkevicius:
hauhuahuhuahauhuauhuhuahuhuahuhu boa! É, acho que foi um pessimo termo o "produtivo" mas eu penso como algo que gere reflexão em alguém, mesmo que não haja necessariamente a mudança. Isso aqui não é nada mais do que uma visão sobre algo, dentre várias outras, todas com argumentos bons e ruins, cabe a elas se confrontarem...


Ariely Stefan:
Eu entendo produtivo da mesma forma que vc, algo que gera reflexão, mas ainda fica a pergunta: pq a reflexão é algo bom ou melhor que a alienação?


Gabriel Narkevicius:
Pq a reflexão se dá inclusive sobre a própria alienação (entendendo alienação enquanto o condicionamento inconsciente de um indivíduo a determinada forma de pensar e compreensão de mundo)


Ariely Stefan:
Fale mais sobre isso...


Marcos Sebastiani:
é....fale mais sobre isto....


Gabriel Narkevicius:
Encaro alienação enquanto a propagação de uma Ideologia no coletivo, formulando valores, práticas e crenças, que acabam sendo realizadas cotidianamente, e desta forma reproduzidas e introjetadas, sem que se perceba. Não defino ideologia aqui enquanto um ideário político, mas algo muito mais amplo, como toda forma de pensar de uma sociedade em relação ao mundo e a si mesma. Quando se dá a reflexão, surge a possibilidade de trazer a alienação para o plano da consciência, e assim, talvez, desconstrui-la. Muito da forma com que pensamos hoje não é sequer posta a prova por nós mesmos, não com a intenção de elimina-la, mas sim de reconhece-la enquanto tal, enquanto algo além de uma parte de nós, mas sim enquanto uma atuação resultante de algo externo a nós, que conduz nossas ações sem que possamos perceber. A reflexão se dá como forma de retomar autonomia da consciencia em relação a si e ao meio. Reconhecer o que em nós não fomos nós que criamos e moldamos, mas sim outras pessoas (e estas, muito provavelmente, fizeram isso também de forma inconsciente)


Ariely Stefan:
É você o autor daquele livro "o que é alienação"? haushuahs


Ariely Stefan:
A alienação é de toda ruim?? Bom, ontem, conversando com um amigo, ele me disse que a base da vida dele e de provavelmente qualquer ser humano é a busca por felicidade. Já ouvi isso de muitas pessoas. Vejamos, uma pessoa alienada é uma pessoa feliz? Eu creio que sim, a alienação traz felicidade porque mascara a verdade e a verdade é algo que não traz felicidade. Logo, quem não é ou luta contra a alienação não é um ser feliz, ou vive em constantes crises. Se a base da vida para uns é a felicidade, e se ela é encontrada na alienação, porque a busca pela quebra da alienação?


Ariely Stefan:
viajei?


Gabriel Narkevicius:
hauuhauhahua não...
Eu não acho que a felicidade se dá a partir de mascarar a verdade... Até pq, o que é ser feliz? A felicidade que se fala hoje em dia é um conceito de felicidade específico, mas não único. Eu acho justamente o oposto, que a felicidade se dá a partir da aproximação com a verdade, e não do da alienação dela.


Ariely Stefan:
Você se acha uma pessoa feliz? E o que vc acha que é a base da vida de qualquer ser humano?


Gabriel Narkevicius:
Não me acho uma pessoa feliz, e talvez nunca seja. Tal qual eu imagino a felicidade, acho que nunca alguém será plenamente feliz. Eu acho que a base de vida de qualquer ser humano é a autonomia e a liberdade... vou citar Sartre... "[...]o Homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não lançou a si próprio no mundo, e livre pois, uma vez nele, é responsável por tudo aquilo que faz" Pra mim liberdade é isso, consciencia e responsabilidade de ação


Ariely Stefan:
Eu acho justamente o oposto, que a felicidade se dá a partir da aproximação com a verdade - vamos citar exemplos. Uma pessoa alienada por exemplo, come transgênicos a vontade. Ela não sabe o que é isso e nem se importa com a ausência da informação. Ela vai continuar consumindo e pouco se lixando. A pessoa não alienada sabe o que é e sabe que o mundo anda cada vez mais contaminado com isso. Ela provavelmente entrará em crise com isso e com tantos outros meios de se fugir da contaminação (não só na questão da alimentação, mas em tudo).


Gabriel Narkevicius:
Concordo, só não entendi uma coisa, vc acha o oposto ao que o seu amigo disse ou ao que eu disse? Pq eu disse o mesmo que vc O.o ahuhuahauuah


Ariely Stefan:
Hahahaha o começo da frase de cima foi uma introdução ao seu ponto de vista hahahaha


Ariely Stefan:
Eu acho justamente o oposto, que a felicidade se dá a partir da aproximação com a verdade¹ - vamos citar exemplos. Uma pessoa alienada por exemplo, come transgênicos a vontade. Ela não sabe o que é isso e nem se importa com a ausência da informação. Ela vai continuar consumindo e pouco se lixando. A pessoa não alienada sabe o que é e sabe que o mundo anda cada vez mais contaminado com isso. Ela provavelmente entrará em crise com isso e com tantos outros meios de se fugir da contaminação (não só na questão da alimentação, mas em tudo). ¹Gabriel Narkevicius


Ariely Stefan:
pronto, assim tah mais entendível!


Gabriel Narkevicius:
Ahhh sim... entao deixa eu ver se eu entendi, vc acha que a pessoa deva se manter alienada para ser feliz?


Gabriel Narkevicius:
Na verdade, o que é ser feliz pra você?


Ariely Stefan:
Acho que a pessoa que é mais alienada é mais feliz sim, isso não nego! Mas não significa que eu concordo com esse padrão de vida. Não acho que a felicidade pessoal é a base de tudo. Só ainda não descobri o que vem a ser essa base!!


Ariely Stefan:
Acho que as pessoas veem a felicidade como algo pessoal, eu tenho uma visão mais coletiva, mas não acho que a felicidade seja a base, pois os momentos de não felicidades existem e com certeza são através dele que nos libertamos de certas coisas que não nos são boas...


Gabriel Narkevicius:
Ahhhh entendo.. vc acha que o feliz-alienado só funciona a partir da consideração da felicidade enquanto uma vida animada e de satisfação de vontades? Pq eu acho que felicidade é muito mais que isso, e que essas questoes podem ser contempladas também quando há uma aproximação com a verdade, pq ela nao impossibilita a escolha. Alguém pode continuar comendo transgenicos mesmo sabendo de tudo por trás, pois optou conscientemente por isso... é a liberdade... Entra uma questão de coerencia também...Eu concordo plenamente com essa sua ultima mensagem... considero assim sobre liberdade também...ninguem é livre se as pessoas ao nosso redor também não forem...


Ariely Stefan:
É complicado discutir a felicidade dos outros, é muito subjetivo. Proponho que façamos uma pesquisa: "o que é felicidade pra você?" E só com esses dados poderemos fazer uma discussão mais construtiva e baseada em estatísticas...


Gabriel Narkevicius:
eu acho uma boa idéia, mas estatísticas muitas vezes fogem da realidade, e dão um padrão que não necessariamente correspondem a realidade


Ariely Stefan:
Porque vc acha isso sobre as estatísticas? Acha que não existe sinceridade nas respostas?


Gabriel Narkevicius:
Não só isso, como também há um numero de variáveis considerável... como por exemplo, as pessoas que costumam responder algo, o interesse das pessoas sobre o assunto... eu acho que pode ser feito, mas temos que estar atentos pra esses fatores. O que se pode fazer é a pesquisa atrelada à uma discussão (e isso ja começa a se distanciar dos meus conhecimentos facebookianos uahuahhuahu)


Ariely Stefan:
E se fizermos na pessoal ao invés de na virtual? Num sei, fico sempre com o pé atrás com essa realidade virtual...


Gabriel Narkevicius:
acho perfeito! podemos pegar lugares diferentes entao, torna mais preciso, pessoas com realidade diferentes... vcs aí, eu aqui, quem mais quiser onde mais quiser huahuahuahuuah


Ariely Stefan:
Hahahaha blz, demorô então!! 

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