No último dia 26 morreu mais uma vítima da Copa do Mundo de 2014. Uma criança de 14 anos foi executada por militares do exército que ainda ocupam a Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro. De acordo com os assassinos, a situação se deu em uma ocasião de resistência. No entanto, não foram apresentadas armas e elas nunca serão, assim como as justificativas - se é que há - para o saque às casas dos moradores também nunca serão dadas.
A despeito da imagem mítica que a mídia nacional tenta passar da ocupação (chamada, ironicamente, “pacificação”), essa é mais uma página execrável de nossa história: trata-se da consolidação da segregação pautada, principalmente, pela força. É o mesmo que aconteceu na África, que acontece no Oriente Médio e na fronteira entre o Império e o México.
Não se engane, embora o pano de fundo seja racial e as justificativas estejam sob a égide do bom mocismo, os motivos são torpes e de ordem classista: assim como o mexicano Carlos Slim (proprietário da Telmex) não tem problemas em entrar nos Estados Unidos, você nunca vai ouvir que o “rei” Pelé teve sua porta arrombada por policiais. Aos ricos, tudo!
É difícil conceber como uma realidade dessa natureza pode se instaurar justamente durante o governo de uma ex- guerrilheira de orientação comunista que conhece muito bem a realidade de um povo sitiado, que sabe o que é passar horas na companhia de militares e que goza de relativa admiração por parte de estadistas que tanto criticam ações como as de Israel contra palestinos.
Ainda mais difícil é entender como um evento pode ser organizado a tão duras penas em um país e seu povo simplesmente acatar e aguardar ansiosamente pelo desfecho deste evento que, ainda que sua idoneidade não fosse questionável, não teria importância se comparado com a realidade social de seus observadores.
A única coisa fácil de entender nessa história é como essa realidade de perpetua. Minha angústia se acaba com o meu ponto final, a sua com o ponto final do seu comentário – quando muito – a dos moradores das áreas ocupadas não passa. Ela renasce com o sol e acorda com o luar e, assim, juntos, mantemos a [verdadeira] democracia distante: inconformado, eu a espero de vocês e, sentados, vocês esperam-na de mim. [e fim dos meus lamentos]
[tio.taz] excelente texto APESAR da realidade.
ResponderExcluirsobre Dilma, bem dito - ex-guerrilheira. Hoje trabalha como marionete.
sitiado sim, o brazil vai pra frente! Viva a ditadura militar! Viva a ditadura travestida! Viva o Império e eu também quero mentir!
Às vitimas, um consolo, daqui 2 anos a copa passa, um novo babaca, digo, presidente é eleito e todo mundo se esquece das favelas.
ResponderExcluirVendo essa imagem, me fez lembrar que no Japão devido a grande frequência dos abalos sísmicos naquela região do globo, eles fazem um belo trabalho de prevenção com uma molecada pequenina como essa. E pelo que posso ver os Capangas do Estado, já estão fazendo o mesmo por aqui. A diferença que aqui o Terremoto são os próprios Capangas do Estado.
ResponderExcluir[tio.taz] - Terremoooootooo!
ResponderExcluir- não, é granada pacificadora!
- ah bom.
E nesse exato momento, enquanto estão todos se preparando para o grande momento de virada, algumas famílias choram a morte de suas crianças. Não se importar não pode ser normal. Não pode!
ResponderExcluir