Desde que cheguei a Rio Claro, ouço, com certa frequência, adjetivos rotuladores do que diabos seu Antonio era: seu Antonio é louco, era travesti, seu Antônio é hippie, é um drogado, é mendigo, é traficante... seu Antonio, por não se vestir - simplesmente e a primeira vista "se vestir" - como nós, automaticamente se torna o Outro, o Bárbaro, o Estranho, o Estrangeiro.
Seu Antonio gosta de passear de bicicleta usando roupas curtinhas geralmente de crochê. Seu Antonio machuca o eterno jejum das pessoas com a fartura de uma vida livre. Seu Antonio incorpora segundos de vida num espaço sideral marcado pelo vazio do Eterno, da ignorância.
Seu Antonio é tachado de tudo. Mas ele não é tudo, a liberdade dele é que é.
Obrigado seu Antônio, por me inspirar, também, a ser Outro.
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